O novo coronavírus (Covide-19) pode, em breve, se tornar uma pandemia global, e já está afetando o mercado de música eletrônica — principalmente na Ásia, continente onde se concentra a maior quantidade de casos. Assim como a gripe, esse vírus é transmitido pelo contato próximo entre pessoas, levando autoridades de saúde a recomendar o cancelamento de eventos em grande escala.
Clubes, festivais e organizadores de festas sentem diretamente o impacto disso. De acordo com a Billboard, mais de 20 mil eventos já foram cancelados ou adiados somente na China, epicentro da epidemia. Autoridades locais determinaram o fechamento temporário de diversas casas de show, como os clubes TAG, em Chengdu, e Loopy, em Hangzhou.
O Resident Advisor mostra que os adiamentos e cancelamentos também são vistos em outros países do continente. The Lighthouse, clube de techno do Vietnã, disse estar sofrendo com o cancelamento de vários artistas. Nas Filipinas, a UNKNWN Fiesta estava programada para 22 de fevereiro, foi adiada indefinidamente e restituiu o investimento de quem já havia comprado ingressos.
Da mesma forma, o Sónar Hong Kong, antes marcado para 28 de março, anunciou que vai adiar a sua quarta edição para uma nova data, ainda indeterminada, também prometendo reembolso total dos tíquetes aos que se sentirem prejudicados. Já a Art Basel Hong Kong, feira de artes que seria realizada em março, foi cancelada em definitivo.
Mesmo preocupados com a segurança do público, muitos promotores acreditam que haja um exagero em relação ao pânico das pessoas e de autoridades em relação ao vírus. Para eles, o medo generalizado está relacionado à desinformação e ao sensacionalismo de parte da mídia, principalmente no Ocidente.
Ultra tem plano de preucauções
Mesmo com o crescente número de casos nos Estados Unidos, o Ultra Music Festival confirmou a realização de sua principal edição, em Miami, entre 20 e 22 de março. Foi anunciado um plano com precauções extras durante o evento, como a adição de novos pontos para a higienização das mãos e dicas de assistência médica ao coronavírus.
Ray Martinez, chefe de segurança do festival, disse que eles estão em contato com governantes locais para determinar se alguma nova ação precisará ser tomada. Até o momento, Miami não registra nenhum caso de infecção, mas o prefeito do condado de Miami-Dade, Carlos Gimenez, está tratando a ameaça como uma potencial emergência.
Como se sabe, o Ultra é daqueles festivais que costuma reunir pessoas de todos os cantos do planeta em nome da música, o que, neste caso, pode representar perigo.
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