Pouca gente se deu conta, mas o show do intervalo no Super Bowl nessa noite de domingo teve uma pitada de brasilidade. Isto porque durante o já muito bem falado show de Shakira e Jennifer Lopez no Hard Rock Stadium, em Miami, contou com a performance de uma música que leva assinatura de um projeto do Brasil — embora muitos não saibam disso.

Lançada em setembro, “Que Calor” tem o Major Lazer e o J Balvin como autores principais, e o rapper dominicano El Alfa como feat. Mas se formos olhar a ficha técnica completa, vemos que a dupla brazuca Tropkillaz coproduziu a música. Durante a performance solo de J-Lo no half time show, J Balvin apareceu como convidado e deu uma palinha do hit, no meio de um medley.

O trecho com “Que Calor” pode ser conferido a partir dos 09:40

Segundo o DJ Zegon, que compõe o duo com o curitibano Laudz, o beat original de “Que Calor” é deles. “O Diplo é meu parceiro de muitos anos, desde a primeira vez que veio ao Brasil, por volta de 2002. Desde o início do Tropkillaz, ele foi um dos primeiros a nos dar suporte. Sempre que vamos a Los Angeles, a gente divide estúdio. Já saíram algumas músicas do Major Lazer que tem coautoria nossa — eles trabalham dessa forma colaborativa com vários produtores diferentes, e aí o Diplo monta o quebra-cabeça”, explicou à reportagem.

“‘Que Calor’ era um instrumental nosso, que tocávamos em shows direto. Há uns dois anos, fizemos algumas sessões com eles, e esse beat ficou como possível colaboração. Vários nomes foram cogitados, até o Diplo levar pra Colombia e gravar com o J Balvin. A música foi inspirada em ‘Indian Flute’, do Timbaland, e tem a nossa cara”, continuou.

O brasileiro também falou sobre a importância da visibilidade proporcionada pelo intervalo da grande final da liga de futebol americano: “Estouramos a primeira vez num intervalo de Super Bowl, quando nosso remix pra ‘Hide’, do N.A.S.A. [projeto paralelo de Zegon], tocou em um comercial da Sonos. Agora, se repetiu através do J Balvin, via Major Lazer. A sensação é incrível, mesmo com pouquíssima gente sabendo”.

Segundo o DJ, a opção de não assinar como artista principal se deu por dois motivos: o Spotify só permite três nomes principais em uma faixa, e como a dupla terá muito em breve novas collabs com o trio americano — desta vez, sim, assinando —, escolheram estrategicamente se manterem mais “escondidos”.

Outro exemplo é “Do Dung”, da reta final de 2017; já em “Loko”, do ano seguinte, o nome do Tropkillaz figura como artista principal. Essa parceria também pôde ser observada no ano passado, quando o bloco do Major Lazer, no Carnaval de Salvador, teve presença dos Killaz — o que deve se repetir neste ano. As próximas collabs devem ser anunciadas nessa época.

“Temos mais umas três ou quatro músicas gravadas com eles, além de uma porrada de beats. A gente também tá com umas músicas bem grandes com outros artistas do mainstream internacional em andamento”, concluiu.

* Flávio Lerner é editor da Phouse.

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