Hot Creations assina novo EP de Sirus Hood, falamos com ele!

Hot Creations assina novo EP de Sirus Hood, falamos com ele!

Em parceria com Paco Wegmann, Rip Tide percorre o Tech House e visita o Ghetto House.

via Assessoria de Imprensa

O DJ e produtor Sirus Hood, estabeleceu, no decorrer dos anos, uma carreira forte embasada, principalmente, no Gangsta House. Com lançamentos pela CUFF de Amine Edge & Dance e a Dirtybird de Claude VonStroke, todos pioneiros na vertente, ganhou destaque, uma residência no Sankeys em Ibiza e algumas tours mundiais.

Toda essa super-experiência trouxe mais versatilidade e conhecimento musical, o que inegavelmente facilita que um artista desbrave outros gêneros ou se reinvente, caso queira. A prova disso é que em janeiro, o francês lançou um EP pela renomada Hot Creations, com duas faixas produzidas ao lado do romeno Paco Wegmann.

Em seu novo EP as influências seguem presentes, ambas possuem BPMs bem elevados e elementos que trazem a energia do Ghetto House. As tracks, que possivelmente são as mais aceleradas do selo, já estão tendo repercussão mundial e suporte de artistas como: Jamie Jones, Claptone, Solardo, Nina Kraviz, Amine Edge & Dance e de lendas do Chicago House como DJ Deeon e Roy Davis JR, atingindo o sexto lugar no chart de Tech House no Beatport.

Decidimos bater um papo com ele para entender suas influências e como foi esse processo de se reinventar que deu origem à esse novo EP:
DJ MAG BRASIL: Olá Sirus, tudo bem? Obrigada por nos atender! Vamos ao início: sua história com a música eletrônica começou bem cedo, aos 10 anos. Como foi esse processo até chegar à House Music?
Olá, pessoal. Estou ótimo, obrigado! Quando eu tinha 10 anos, meus amigos mais velhos frequentavam um club em Argel e traziam cassetes gravadas lá. Como eu tinha acesso limitado, ouvia sempre as mesmas músicas, era House Music dos anos 90, Chicago House, Acid, Disco e Hip Hop. Lembro do DJ falando nas faixas de House, às vezes até rimando e eu pensava “quero ser esse cara”.
DJ MAG BRASIL: O que mais você ouvia, além do eletrônico, que fez diferença nos seus primeiros capítulos como DJ e produtor quando se mudou para Paris?
Me mudei para Paris quando tinha 14 anos, na época ouvia Hip Hop e House, principalmente comercial. Isso tudo foi antes da internet, na época, minha cultura não era muito boa, mas meu sonho de ser DJ era forte. No mesmo ano comprei meu primeiro computador e usava um Software MP3 chamado Winamp. Encontrei um patch que me possibilitou ter dois players do Winamp e tentei mixar faixas assim até o primeiro software de DJ ser lançado.
Quando completei 18 anos, um amigo da minha turma do ensino médio disse que estava vendendo seus toca-discos e mixer, então eu comprei e ele me deu muitos discos, incluindo um álbum do Daft Punk. Eu praticava todos os dias e aí comecei a tocar nas festas em Paris.
DJ MAG BRASIL: Na sua biografia o House Chicago dos anos 80 e 90 são mencionados. Essa safra nos rendeu grandes mentores. Quais são os nomes que influenciaram e influenciam você até hoje?
A lista é longa, mas vou dizer alguns deles: Paul Johnson, DJ Deeon, Chip E, DJ Sneak, K Alexi Shelby, Joe Smooth, Roy Davis Jr, Marshall Jefferson, Steve Silk Hurley, etc. Essas pessoas são criadoras da música que amamos. Sem elas, todos esses gêneros como House, Techno, Acid, Ghetto House, Deep House, PsyTrance e até mesmo EDM, nunca existiriam.

É por isso que é sempre importante educar a geração jovem com as origens da nossa música. Vou dar confiança a vocês, estou trabalhando com essas lendas. Preparamos um grande projeto para ser lançado no próximo ano, provavelmente.
DJ MAG BRASIL: Você teve uma importante residência no Sankeys em Ibiza e é inegável que estar lá é um salto para todo artista tanto para aprimoramento profissional como em networking. Como foi essa imersão à música eletrônica?
Na verdade, foi uma residência com minha crew antiga, Cuff, de Amine Edge & Dance e foi incrível. Era uma marca nova em Ibiza e toda semana estava lotada, principalmente por fãs ingleses. Adorei tocar lá e o hype em torno dessa residência ajudou minha carreira, principalmente no Reino Unido.
Sirus Hood [Justin Prinz] (1)
DJ MAG BRASIL: Você ficou conhecimento pelo Ghetto e Gangsta House e agora lança um EP por uma consagrada gravadora que tem um foco bem diferente. O que te motivou se aprofundar em outra vertente? Você considera importante enquanto artista, essa busca por novos desafios?

Primeiro vamos esclarecer: Ghetto House e Gangsta House são duas coisas diferentes. Ghetto House foi criado em Chicago nos anos 90 pela gravadora Dance Mania e artistas como Paul Johnson, DJ Deeon e Parris Mitchell. Na maioria das vezes, é produzido com um BPM alto, às vezes 135 ou até mesmo 145 bpm com letras explícitas. Já o Gangsta House ou G-House foi criado por Amine Edge & Dance 20 anos depois e é mais voltado para um Deep House com espírito de Hip Hop. Bpm por volta de 122.

Eu era conhecido pelas minhas faixas na CUFF, mas não era Ghetto, esse estilo era apenas uma inspiração. As faixas que eu produzia eram muito rápidas para Amine, ele me pediu para desacelerar antes de lançar na Cuff. Hoje, em 2020, lancei na Hot Creations com meu amigo Paco Wegmann uma faixa de Ghetto House chamada Rip Tide, que é diretamente inspirada no Ghetto original de Chicago, com um BPM alto (136), pois eu sempre gostei disso. Conhecer as lendas Paul Johnson e DJ Deeon também me trouxe de volta às origens.

Quanto aos desafios, acho que a definição de um artista é criar o tempo inteiro, o que significa enfrentar desafios o tempo inteiro. Me desafio em toda criação. Não quero fazer o mesmo som da última faixa que produzi, mesmo que tenha sido um sucesso. Quero me surpreender e surpreender o público. É por isso que sempre preciso usar novos equipamentos no estúdio, também tenho um estúdio móvel para compor quando estou na estrada e me inspirar aonde estiver.

DJ MAG BRASIL: Ambas as faixas são muito boas, você poderia contar como foi o workflow para chegar nesses resultados junto à Paco Wegmann?

Obrigado! Estamos muito felizes com o EP e a animação em volta dele. Quisemos fazer ele para ser diferente do que está disponível nas lojas de música. Compartilhamos da mesma paixão pelo Ghetto House e produzimos umas cinco faixas juntos. Essas foram enviadas para Jamie Jones, que nos deu a oportunidade de lançá-las em sua gravadora co-fundada com Lee Foss. A Hot Creations foi eleita a melhor gravadora do ano pelo DJ Awards, portanto, é um grande destaque para nós e um grande passo na minha carreira.
DJ MAG BRASIL: Após esse lançamento, quais são os planos para 2020?

Tenho outro lançamento com Paco Wegmann para sair em uma gravadora lendária, espero anunciá-lo em breve. Também remixei oficialmente 2 faixas que revolucionaram a música eletrônica e devem ser lançadas nos próximos meses. E por fim, estou trabalhando no meu primeiro álbum. Obrigado pela conversa!


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