Remix ou Cover ? Lipe Forbes explica a diferença e mostra os caminhos para se licenciar uma música composta por outro artista

Remix ou Cover ? Lipe Forbes explica a diferença e mostra os caminhos para se licenciar uma música composta por outro artista

Senta que lá vem aula…

por Lipe Forbes

Uma das perguntas mais frequentes que escuto dos produtores é: fiz uma versão ou Remix de tal música, como faço para lançar nas plataformas?

Para responder essa pergunta vamos abordar as duas maneiras mais comuns de se licenciar uma música cuja a composição original não seja sua.

A primeira delas é o famoso Remix. O Remix parte do princípio de que você usou partes da música original, seja um vocal, melodia ou qualquer coisa que tenha sido criado pelo compositor do fonograma original.

Esse caminho é complicado pois, precisa de uma autorização direta da gravadora e até mesmo do próprio artista. Então, ao menos que você seja amigo do compositor do fonograma original ou tenha sido convidado para tal empreitada, são raros os casos onde as gravadoras aceitam Remixes aleatórios em suas caixas de Demos.

É por isso que muitos djs optam por difundir tais versões em suas redes sociais pessoais, como o Soundcloud, ou de mão em mão, e foi daí que surgiu o nome “Bootleg” que em inglês quer dizer contrabando de “coisas ilegais”, no caso aqui, músicas.

Dito isso, o Cover é a maneira mais simples de se licenciar uma música e poder subir la para as plataformas, de forma correta.

Diferente do “Remix”, no Cover o produtor não pode usar nenhum elemento da música original, ou seja, deve-se recriar tudo do zero e com isso, é claro, dar sua interpretação e sonoridade como bem entender.

Vou usar um exemplo de um dos meus fonogramas que fiz Cover: “No Roots”. Refiz a música a minha maneira, gravamos todos os instrumentos novamente: guitarra, baixo, voz, enfim. Fazendo isso, você passa a ser o intérprete da música que escolher.

Pedir a licença de cover é muito mais simples do que uma de remix, pois para o cover é necessário apenas solicitar uma autorização para a editora da música.

A editora da música, por sua vez vai atrelar o seu código ISRC, de forma que o compositor da música ganhe sua fatia do bolo. “Voilà”, você está pronto para lançar sua faixa para o mundo.

Muitos produtores fazem um uso abusivo dessa ferramenta para se promover em cima do trabalho intelectual de compositores gênios do passado, que levantariam do túmulo se escutassem o que está sendo lançado por aí. Por exemplo: Pink Floyd e Michael Jackson entre outros, que não deveriam jamais ser mexidos; porém esse último parágrafo é apenas a minha opinião.

As distribuidoras tais como a CD Baby, possuem parceiros dentro da própria plataforma que auxiliam nesse processo de licenciamento de cover para qualquer músico comum, sem a necessidade de gravadora ou qualquer burocracia, basta entrar no site e pesquisar.

Caso você esteja no Brasil, você deve procurar qual a editora que a música em questão está alocada.

Vale também ficar atento em qual região do mundo essa autorização é válida, pois as vezes se consegue autorização para as Américas e não para a Europa. Isso deve ser identificado na hora do cadastro da música na distribuidora para evitar possíveis problemas no futuro.
Sendo assim, para resumir a ópera, se você não foi convidado ou autorizado para fazer o Remix, o Cover é o caminho para você conseguir licenciar sua versão de uma música composta por outro artista.

Outra curiosidade é que com a licença de cover, o nome do artista original é suprimido fazendo com que você seja o dono da música, ou seja, caso você tenha feito uma versão de “Ed Sheeran – Shape of You” o que vai aparecer nas plataformas é “seu nome – Shape of You”.
Sendo assim termino essa matéria pedindo o bom senso à todos, antes de fazer uma versão de um artista famoso pense bem pois você está mexendo na arte de outra pessoa e trazendo ela para si.


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