Uma das novelas mais marcantes da carreira de Marcos Pasquim foi “Kubanacan”, exibida em 2003 pela TV Globo. Embora ele tenha feito bastante sucesso com a trama, o que muitos não sabiam era que Pasquin gravou a produção inteira com crise de pânico.

Em entrevista ao “Sem Censura”, da TV Brasil, exibida nesta segunda-feira (29), o ator comentou sobre o período conturbado de sua saúde mental. “Eu fiz ‘Kubanacan’ inteira com síndrome do pânico“, revelou. Assustada, a apresentadora Cissa Guimarães perguntou: “Como você conseguiu?“.

Pasquim, então, revelou que as crises começaram um ano antes, durante as gravações de “O Quinto dos Infernos”, em 2002. “Na metade de ‘O Quinto dos Infernos’, foi quando eu tive pânico“, pontuou o ator, que decidiu procurar um psiquiatra e iniciou um tratamento para seguir na atuação.

Aí eu tomei uns remedinhos. Me tratei. Eu fiquei quatro anos tomando remédio. Depois, eu fui desmamando dos remédios e, hoje em dia, eu não uso mais nada“, disse Marcos. Ele, ainda, explicou o que ocasionou o transtorno. “Foi por causa do excesso de trabalho. A gente trabalhava demais, era muita coisa“, pontuou.

Marcos Pasquim atuou em ‘Kubanacan’ em 2003. (Foto: Globo / João Miguel Júnior)

Cissa, por sua vez, perguntou se a síndrome também tinha a ver com a exposição da imagem e a perseguição dos paparazzi. “É tudo junto, junta tudo, né? Foi um período de muito trabalho e estresse. Muito estresse e aí veio“, compartilhou Pasquim. A apresentadora lembrou que, atualmente, o ator também está envolvido com muitos trabalhos, assim como naquela época.

Aos 54 anos, ele garantiu estar bem e revelou que a maturidade lhe ajudou a lidar com momentos mais conturbados da vida. “Agora já está tudo sob controle. A idade acho que traz isso, né? Agora eu já sei, eu sei lidar melhor com o tempo. Agora você sabe o que é aceitável fazer e o que não é. Sabe como dizer ‘não’. Eu tô praticando meu ócio”, brincou. Assista:

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Em novembro de 2020, quando a novela entrou para o catálogo do Globoplay, Pasquim também comentou sobre o difícil período com a sua saúde mental. “Eu não tinha vida. Eu comia e respirava a novela. Fazia vários personagens. Contracenei com quase todo o elenco da Globo e estava sempre fugindo da polícia, fazendo cenas de ação. Lembro que, com três meses de gravação, eu estava exausto e pedi para o autor me dar um alívio. Quem sabe dar um tiro no personagem e deixá-lo em coma. Foi o que aconteceu: o Esteban foi baleado e entrou em coma“, contou ele, em entrevista a Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

Só que, a partir daí, ele começou a duelar mentalmente com o lado sombrio dele, o Dark Esteban. Então, foram gravações intermináveis num ringue de boxe em que eu lutava comigo mesmo. Ali eu aprendi que devemos tomar muito cuidado ao pedir alguma coisa para o autor da novela. O transtorno não interferiu no meu desempenho na novela. Como eu já estava fazendo o tratamento e medicado, os sintomas desapareceram completamente. Eu permaneci por uns quatro anos tomando remédios e depois fui desmamando. Hoje, não tenho mais nada, mas fico sempre atento“, acrescentou o ator, na época.



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