Fornecer mais transparência para os clientes: é esse o principal argumento das marcas de moda norte-americanas para a troca do modelo atual de etiquetas costuradas nas roupas para um modo eletrônico de etiquetagem. A discussão ganhou novo episódio neste mês com o envio de uma carta ao Congresso do país.

Vem entender tudo!

Giphy/360 ID Tag/Reprodução

A American Apparel & Footwear Association (AAFA), grupo comercial que representa diversas marcas de roupas e calçados norte-americanas, enviou, em 9 de junho, uma carta ao Congresso dos EUA em que pede a troca das etiquetas atuais por versões digitais. O objetivo, segundo o documento, é permitir que os consumidores tenham acesso a mais informações, desde a composição do produto até o rastreio da cadeia produtiva. 

A etiqueta como conhecemos, que costuma informar do que a peça é feita e quais os cuidados necessários de lavagem e armazenamento, seria substituída por uma versão digital. Porém, não foi “batido o martelo” sobre o novo modelo. As sugestões são de QR Code ou de um endereço eletrônico uma URL que direcione para a página com o descritivo completo. 

Casaco acolchoado marron, com capuz, e camiseta caramelo, ambas as peças jogadas no chão escuro.
Marcas dos Estados Unidos se uniram para pedir a possibilidade de mudar o modelo atual de etiquetas

 

Camiseta bege com uma etiqueta branca, amarrada em uma cordinha preta
O objetivo dessas empresas é colocar uma etiqueta que leve a uma página on-line/digital

 

Etiqueta com instruções sobre lavagens e descritivo do material. A etiqueta está costurada em uma camiseta preta
De acordo com as marcas, o QR Code nas roupas redirecionaria o cliente a uma página com mais informações sobre a peça e sobre o seu processo de confecção

 

Mulheres e homens trabalhando em uma fábrica de roupas. Eles mexem em máquinas de costura e vestem, todos, um uniforme que é um macacão azul
O documento entregue aos deputados e senadores afirma que a mudança vai permitir garantir transparência do processo de fabricação
Ônus x bônus

É fato que muitas pessoas, ao adquirir uma nova peça, tem como primeira ação justamente o corte da etiqueta. Atualmente, o “acessório” vem costurado à roupa e, a depender das regras de cada país, costumam ser extensas, uma vez que precisam conter a composição química e indicativos de cuidados, como “não passar o item como ferro quente”. 

O receio à implementação de etiquetas pequenas com QR Codes esbarram na pergunta: “será que os clientes entrariam no site com mais informações?”. A jornalista de moda Alden Wicker, que é especialista em sustentabilidade, afirmou em entrevista ao site Business of Fashion que a relação dos clientes com o novo modelo não poderia ser pior que a atual.

Etiqueta com instruções sobre lavagens e descritivo do material. A etiqueta está costurada em uma peça de roupa na cor azul
As marcas têm pleno conhecimento que a maioria das pessoas corta a etiqueta das peças assim que as compram

 

Duas mulheres brancas no quarto. Uma está vestindo um casaco verde e a outra cortando a etiqueta desta peça com uma tesoura.
Os diretores das marcas de roupas e acessórios comentaram no documento que as atuais etiquetas não garantem transparência

 

Mulher branca mexendo no celular. Ela usa um relógico com correia preta de couro e uma blusa amarela. Na tela do aparelho é possível ver um QR Code
Os defensores da mudança acreditam que os clientes podem engajar com a nova etiqueta justamente porque jogam a atual fora. Uma vez que a novidade trará mais informações, a expectativa é que gere curiosidade

 

Duas mulheres jovens, uma negra e outra branca, pesquisando no computador. A mulher negra usa óculos, uma camiseta listrada preta e branca e uma calça marrom, e tem os cabelos trançados. A outra possui o cabelo cacheado amarrado em um rabo de cabalo e usa calça jeans e uma camisa de mangas cumpridas amarela.
Na carta, a AFFA afirmou que as etiquetas digitais permitiriam o “acesso a mais informações sobre o produto e ajudaria a indústria a atingir suas metas de sustentabilidade”

As marcas que defendem a mudança acreditam que é um passo essencial para práticas mais sustentáveis. A nova forma de etiquetagem permitiria não só a economia de materiais, como também mais transparência para os clientes sobre a fabricação e a composição dos produtos. 


Colaborou Carina Benedetti 

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