Gabriel Evoke dá 19 dicas aos produtores musicais

Gabriel Evoke dá 19 dicas aos produtores musicais

Artista compartilha práticas que adota no seu dia a dia.

via Assessoria de Imprensa

Que produtor nunca começou uma track e ficou preso no meio do processo pelo bloqueio criativo? Ou então finalizou a faixa mas não gostou do resultado final? É relativamente fácil ouvirmos histórias de artistas que possuem produções inacabadas ou até mesmo abandonadas — mas às vezes só o que precisa é um empurrãozinho de alguém.

Em tempos de quarentena, onde muitos estão direcionando boa parte de sua rotina para criar música, nada melhor do que ler, aprender e levar novos conhecimentos para dentro do estúdio. Nós convidamos então o gabaritado Gabriel Evoke, que além de DJ e produtor é também professor na sua própria escola de discotecagem e produção, a EVK Studio.

Evoke dividiu com a gente algumas práticas que ele adota quando está produzindo, são técnicas simples, mas que ajudam no desbloqueio criativo e também auxiliam você a fugir de sons genéricos para chegar em resultados melhores:
Positivismo, foco e disciplina
Estamos todos passando por um momento super delicado e, com razão, estamos super abalados. Não sabemos quando a nossa vida e rotina irá se normalizar. Então, busque trazer o positivismo para dentro de você, não se deixe desmoronar. Não perca seu foco. Esse é um momento em que a disciplina será nossa principal ferramenta. Desenvolva um bom mindset.
Entenda seu horário
Em qual período do dia que você se sente mais estimulado e criativo? Você funciona bem de manhã com as galinhas ou é do time do cine corujão? Estipule horários de trabalho e desenvolva uma rotina.
Estude os caminhos
Antes de abrir um novo projeto e começar a preenchê-lo com elementos dispersos, faça uma reflexão do caminho que você quer seguir. Qual gravadora é o seu foco nesse momento? Qual a estética da label que você busca? Quais produtores fazem parte do catálogo? Absorva o máximo de ideias antes de partir para ação. Ter uma direção te poupará tempo.
Técnica da visualização
Já ouviram falar disso? Busque trazer para sua mente uma imagem, pode ser de uma festa ou de um DJ que você gostaria de ver tocando sua música. Como seria o ambiente? Busque trazer a sensação para o seu corpo. Eu costumo trabalhar com composição de imagens no desktop do meu computador que me trazem sensações agradáveis. Uma outra opção é selecionar algum vídeo no Youtube, que você goste, tirar o som e colocar o seu por cima. Sinta!
Uso de samples
Não se envergonhe de trabalhar com samples, muitos artistas (grandes) têm dificuldade em tirar bons timbres e acabam fazendo uso deles. E eu super recomendo, eles podem desbloquear sua criatividade. Mas, atenção: busque “samplear” o sample. Faça cortes, mude a tonalidade ou tempo. Edite para que ele seja algo “novo” e não corra o risco de você ouví-lo em uma track de outro artista.
Síntese sonora
Samples são bons aliados, mas nunca deixe de estudar síntese sonora e criar seus próprios bancos. Isso te trará originalidade e identidade.
Base do conhecimento histórico
Conhecer o background do seu estilo de som favorito é importantíssimo. Para os amantes da House Music, busquem saber das suas origens, do Jazz de Chicago, da era Disco, do Frankie Knuckles e Donna Summer, dos timbres da Roland TR-909, SH-101, Rhodes, Acid. Passado e presente estão super ligados.
Menos é mais
Essa eu demorei pra aprender e ainda busco melhorar. O menos é sempre mais. Para eu ter certeza de que uma música está finalizada, eu a ouço inúmeras vezes e analiso quais elementos eu posso tirar do projeto. Se algo não tem grande importância, eu elimino. Mais do que por é tirar. Repare como seu som vai soar melhor.
Dinamismo
Essa é a palavra chave. Pense que, para um som ser contagiante e interessante, ele tem que ter momentos de ápice, com boa energia e momentos de relaxamento. Trabalhar as automações é uma ótima ideia. Veja quantos parâmetros os plugins têm para serem explorados.
Descanso
Está cansado? Faça breaks de tempos em tempos. Saia um pouco do estúdio ou do quarto. Tome um ar (um cafézinho sempre vai bem também), descanse os ouvidos e volte para um novo “round”.
Originalidade
Aqui uma muito importante: fuja do genérico! Pense que produzir um bom groove todo produtor é capaz, o diferencial está naquele “a mais” ou naquele “hook”. O que sua track difere da de outro artista? Por que uma label a assinaria? O que ela tem de único? Lembrem-se, tem muita gente boa no mercado fazendo músicas de qualidade.
Referências
Trabalhar com referências não é copiar. Busque ideias e adapte para o seu estilo.
Fone de ouvido
Em se tratando de mixagem, se você não tem uma sala tratada, investir em um bom fone para estúdio é mais interessante do que um bom monitor. Sim, a cabeça realmente cansa mais rápido.
Mono compatibilidade
Nunca deixem de analisarem este ponto nas suas faixas. A maioria dos clubs e festivais trabalham com sistemas de som mono para evitar certas perdas.
Tendências no Beatport?
Não estudem tendências em charts do Beatport. Se uma faixa está lá é porque ela foi produzida há pelo menos seis meses. Estude playlists e sets atuais de artistas que são referência.
Termine o que começou
Não deixem projetos começados para trás. Finalizem. Existem conhecimentos diferentes para cada etapa da produção. Aprenda a criar ideias, assim como desenvolver um arranjo e mixar sua faixa.
Masterização
Deixe este processo para um engenheiro de áudio. Ele terá o conhecimento técnico para fazer um melhor trabalho, além de serem “dois ouvidos novos” para analisarem possíveis problemas na sua faixa.
Over Processing
Muito cuidado com o “over processing”. Ainda mais se você tiver trabalhando com samples que já foram gravados e processados em estúdio.
Não baixe a cabeça
Se fosse fácil todo mundo chegava lá. Sente na cadeira e faça música!


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