Conversamos com João Luccas Caracas aka DJ e produtor Beowülf, CEO do Adaggio

por Ana Cavalcante

Com os shows paralisados desde março de 2020, Beowülf buscou novas fontes de renda, se reinventando tanto na música como no lado coorporativo. Com a ascensão do mercado de compra de catálogos musicais de grandes artistas internacionais, o mercado brasileiro se viu como uma potencial fonte de investimento e renda para os artistas. Mas o Business não é tão simples assim.

João Luccas Caracas é DJ e produtor, atualmente o seu projeto Beowülf conta com milhares de plays nas plataformas digitais e diversas apresentações no Brasil e no mundo. Mas foi no setor Coorporativo que ele viu uma luz no fim do túnel para mudar as rédeas da indústria da música. João afirma que o projeto não vai acabar, que a música é o que o move todos os dias, mas com certeza negociar catálogos musicais de seus maiores ídolos tem sido algo bem motivador no seu dia a dia.

Para fazer parte da Adaggio, João precisou se unir a outros fundos de investimento e vender a sua ideia. Hoje, o Adaggio é gerido pela Arbor e pela Atmos Capital. João e o gestor da Arbor, Leonardo Otero são amigos de infância, o que “facilitou” o diálogo de apresentação da Adaggio.

Sempre trocamos várias idéias sobre investimentos e música. Quando apresentei o business pra ele no final de 2020, ele rapidamente sacou que tinha grande potencial. Tiramos o projeto do chão, apresentamos para a Atmos Capital, que é um dos maiores e mais respeitados fundos de private equity do Brasil, e eles também acreditaram muito na idéia.  São pessoas extremamente competentes que vieram pra agregar na parte financeira e fundraising. 

Os principais desafio da Adaggio em conquistar o mercado brasileiro são quebrar a resistência que ainda existe por boa parte dos executivos da indústria.  “Aos poucos, o mercado está entendendo que isso é algo que agrega para todos, seja artista, editora ou gravadora.  E também, venda de catálogo não é para todos. Depende muito do momento em que o artista se encontra na sua carreira e vida pessoal.  Além disso, dizem que empreender no Brasil é coisa de maluco, brinca João.”

Pensando pelo lado de que esse é um mercado que pode revolucionar o mercado do entretenimento como um todo, João acredita que o Brasil é um mercado com clientes potenciais de todos os gêneros. Além do crescimento do streaming por aqui, ainda existe muito espaço para a penetração das plataformas digitais, sendo assim, os catálogos musicais muitas vezes chegam a valores de 7 ou até 8 dígitos.

“Atualmente o Brasil tem uma das melhores tecnologias de arrecadação do mundo. Aquele ECAD de antigamente, que era uma caixa preta, mudou totalmente.  Somos um povo que celebra muito a cultura e consome muita música. Mas, dificilmente vamos alcançar cifras gigantescas como os catálogos de músicos americanos ou europeus. O Brasil é um dos países que mais escuta sua própria música, e o valor pago por play brasileiro é muito mais baixo que em maioria do países. O Real desvalorizado em comparação ao Dólar também agrega pra isso, assim como o fato da barreira de idioma – poucos países falam português. Quando você é um artista que canta em inglês, sua música é absorvida nos quatro cantos do mundo. A musica brasileira, por mais que seja reconhecida e apreciada mundialmente, não penetra em tantos países assim”, explica João.

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