Italiano que viveu 10 anos em Gana é figura-chave em promover o gênero no Ocidente; agora, remixou faixa que abre a coletânea de música africana da Get Physical

Por Lau Ferreira

Nos últimos tempos, pudemos observar uma ascensão exponencial da afro house, tornando vocais, instrumentos e ritmos de origem africana cada vez mais presentes nas produções e pistas de dança mundo afora (no Brasil, o estilo começou a ganhar mais força nos últimos dois ou três anos). E não é possível falar em afro house sem falar em um — vejam só! — DJ e produtor italiano: Mimmo Falcone é um dos principais, senão “o” principal responsável pela consolidação do gênero no universo ocidental.

Essa história começou lá em 2003, quando o italiano se mudou para Gana, onde morou por dez anos. Trabalhando de perto e construindo relações com a rede de músicos locais, encantou-se pelo estilo e passou a incorporá-lo em sua identidade artística. Em 2012, surge seu nome de guerra, MoBlack; em dezembro de 2013, a MoBlack Records — plataforma para promover o estilo e os artistas africanos, e que viria a tornar-se essencial para a difusão da afro house.

Um dos lançamentos mais populares de MoBlack é o remix para o hit “Cola”, de CamelPhat e Elderbrook

Nesses mais de sete anos de atividade, já são mais de 420 releases (o que dá uma média de quase cinco por mês), incluindo nomes como Andhim, David Morales, Dennis Cruz, Blond:ish, Armonica, Pablo Fierro, Fatoumata Diawara, Xinobi, Cosmo & Kramer e Enoo Napa — isso sem falar nos brasileiros Boghosian e Trommer. 

DJs como Black Coffee, Âme, Dixon, Solomun, &ME e Pete Tong já deram suporte à gravadora; e não é nada desprezível a quantidade de grandes veículos de imprensa e demais iniciativas relevantes que chancelaram o peso da MoBlack Records para o cenário house global — em seu site oficial, podemos encontrar declarações impactantes que vão de revistas, como DMC World Magazine e Mixmag, a plataformas como o Traxsource, labels como a berlinense RISE (também de afro house) e a Get Physical Music.

E é da Get Physical que vem o som mais novo do italiano de alma africana. Na última sexta-feira, 12, a gravadora alemã trouxe um remix de MoBlack para “Gcwanini”, faixa do produtor sul-africano Blanka Mazimela com a participação da cantora Sobantwana e do trio Korus. Mazimela foi o responsável pela curadoria do terceiro volume da coletânea “Africa Gets Physical” — iniciativa da label em promover música eletrônica produzida por artistas do continente —, e foi esta sua faixa a responsável pela abertura do VA, que saiu em setembro.

O remix de MoBlack, que traz batidas mais acentuadas ao mesmo tempo em que mantém a estrutura melódica e cadenciada da canção original, funciona, portanto, como um fechamento de ciclo do release: o pioneiro em espalhar a afro house pelo mundo trazendo a sua versão do som de um artista sul-africano que moldou, para um conceituada selo alemão, uma coletânea de músicos da África.

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