Conheça Manodom, house music que chama atenção do mercado em meio à pandemia

Conheça Manodom, house music que chama atenção do mercado em meio à pandemia

Manodom, DJ e produtor de house music do Rio de Janeiro que tem chamado a atenção do mercado.

por Irena de Almeida
créditos: Dos Santos Arte

Se autointitular pop no mercado eletrônico brasileiro é quase loucura. Os grandes clubs costumam fechar as portas para este tipo de artista, e o mainstream parece ser a única saída, apesar do eletrônico no Brasil ainda dar passos tímidos neste mercado. Então, o que faria um DJ brasileiro voltar aos palcos após um hiato de mais de 10 anos, para tocar house music ultra-pop num mercado que adora a imagem do underground?

Este é Manodom, DJ e produtor de house music do Rio de Janeiro que tem chamado a atenção do mercado. Ele era atração confirmada do mainstage do Green Valley na edição deste ano do Winter Music Festival, adiado para 2021. Enquanto os clubs não reabrem, ele lança músicas, videoclipes, manifestos, cápsulas de vídeo e tudo mais o que ele e sua equipe criarem para externar as ideias mirabolantes do artista, tudo feito à distância ou em raros encontros, por conta da pandemia. Nos dias 21 de agosto e 15 de setembro, respectivamente, as tracks “Only You and Me”, parceria com a cantora Lunna, e “Give Me a Sign”, com a cantora britânica Folakemi, são as novidades da gravadora inglesa Blacktone. O diretor da Bracktone, Mathews Fisher, afirma: “Quando conhecemos as canções do Manodom vimos que é um artista único, com sonoridades e energia sem igual. Com certeza vai ser um dos expoentes da nova geração do house music no Brasil, representa aquilo que buscamos em nossa comunidade”.

Manodom viralizou no Facebook com o videoclipe da profética “Runaway”, música que fala sobre o fim do mundo, passando os 400 mil views no Facebook. Os vocais são da jovem Amodini, de apenas 16 anos, filha de Nobru Pederneiras, guitarrista do Planet Hemp. Ele também falou sobre a sua visão de mundo na pandemia através de um manifesto audiovisual formado por três filmes, sendo dois deles sem trilha sonora. “O Manofesto é muito especial. Ele representa uma parte de quem eu sou e de como eu me sinto. É sobre os nossos sonhos e sobre a busca incessante de sermos melhores. Quando essa pandemia começou, ela interrompeu muitas coisas para mim e ficou esse nó na garganta. Um grito preso que eu precisava compartilhar. Sorte a minha que minha equipe e eu estamos sempre em sintonia e juntos conseguimos entregar esse material, no mínimo, inusitado. Foi tudo feito à distância de Santa Catarina e Rio de Janeiro”.

Todo passo é milimetricamente pensado, em sua carreira, e a maioria de suas tracks são lançadas ao lado de videoclipes. “Eu acho o formato aftermovie super legal, ele te faz sentir dentro do show, próximo do artista, mas esses clipes têm sido uma forma diferente de eu me expressar de forma mais ampla e me conectar com o público através de outros sentidos. Acabou vindo a calhar nesse momento que vivemos. Essa busca também é sobre como posso continuar entretendo as pessoas e ao mesmo tempo tentando sair da caixa. Aliás, tenho uma predileção por remar contra a maré”, brinca.


Manodom é um respiro de música alegre, com vocais femininos e poderosos, refrões chiclete, do tipo que toca nas rádios ou no tema da novela. Com inspirações que vão de Earth, Wind and Fire e David Morales a Lady Gaga, Manodom cria uma house music clássica misturada com o Funk dos anos 70 e pitadas de música caribenha e afro-cubana. Um mix que tem dado certo. “O Brasil, culturalmente, acredita que o popular é de qualidade inferior, pois assim ele alcança um público maior. Fora daqui o pensamento é bem diferente. E se essas opiniões me impedissem de ir atrás do meu mercado, eu nunca teria atingido este mercado”, afirma.
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