Você pode não conhecer ou lembrar desse nome de cabeça, mas com certeza já escutou a track “Gimme Gimme” em colaboração com Bleach e Lee Cabrera, um dos maiores clássicos da banda ABBA, somando mais quatro milhões de streams nas principais plataformas digitais
por Redação DJ Mag Brasil
O DJ e produtor brasileiro Alex Gewer entrou na cena da música eletrônica para representar o House pelo mundo inteiro. Sua primeira produção, “Together”, atingiu diferentes charts no Beatport e Traxsource, deixando o nome do produtor em evidência. Seu último lançamento, “Miss You”, ao lado de Kevin McKay e Tasty Lopez, atingindo bons números no Spotify em menos de uma semana.
Kevin McKay dispensa apresentações. Você pode não conhecer ou lembrar desse nome de cabeça, mas com certeza já escutou a track “Gimme Gimme” em colaboração com Bleach e Lee Cabrera, um dos maiores clássicos da banda ABBA, somando mais quatro milhões de streams nas principais plataformas digitais. Também é dono dos sucessos, “Work It” com Milos Pesovic, “Real Love” ao lado de Sam Dexter e Elliotte Williams N’Dure, e “I Feel Love” com Start The Party, acumulando mais de dois milhões de streams.
Tasty Lopez não fica para trás. A australiana responsável pelos vocais de “Miss You” também é dona dos vocais de “All 4 Love” de Mark Knight e Rene Amesz, que acumula mais de oito milhões de plays no Spotify.
Foi aqui que pediram House Music? Entrevistamos os três artistas e trouxemos todas as informações para você que ainda não conhece saber tudo desses três músicos que movimentam o cenário eletrônico com sua paixão pela vertente House. Confira!
DJ MAG BRASIL: Parabéns pelo lançamento de “Miss You”, Alex Gewer, Kevin McKay e Tasty Lopez! Conte-nos um pouco mais sobre como surgiu a ideia dessa track.
Gewer: Gosto muito da original, da atmosfera Blues e de suas guitarras. Aliás, gosto muito do estilo “Funky Blues”. Minha track “Tell Me” – (quando meu nome ainda era Chief Ride) – tinha muito disso: guitarras, vocal blues, riffs de piano. Com a “Miss You”, quis tentar transformá-la em House, porém com um groove Funky e dançante, mas ao mesmo tempo como uma certa irreverência, pois acho o coro da original irreverente e quis explorar isto nesta versão.
McKay: Este lançamento veio a vida como uma versão dos The Rolling Stones que Alex me enviou. Sempre adorei a canção, e funciona num contexto de dança; as versões Mirwais / Jacques Lu Cont são de matar. Dito isto, eu queria dar à peça uma nova volta, por isso alistei uma guitarrista amante da música Chic, e perguntámos a Tasty Lopez se ela se juntaria a nós. O resultado é o tipo de coisa que mal posso esperar para tocar na minha festa I Feel Love no Night Tales em Londres.
DJ MAG BRASIL: A track foi produzida em colaboração. Como foi a sinergia entre vocês no estúdio?
Gewer: Foi uma experiência bastante enriquecedora para o meu aprendizado e ao mesmo tempo gratificante, por poder compartilhar ideias “em estúdio” com alguém com tamanha experiência como o Kevin, que dispensa apresentações. Talvez o maior desafio tenha sido encontrar o cantor que arrematasse essa nova atmosfera que buscamos. Fizemos inúmeros testes com diversos cantores, inclusive covers bem parecidos com Mick Jagger. E então, nos demos conta de que precisávamos nos distanciar de Mick Jagger, e darmos uma personalidade completamente única. Foi então que, ao ouvirmos a demo da Tasty, tudo se resolveu. Ela foi impressionante, encaixou exatamente como gostaríamos, trouxe uma personalidade única e a atitude que o lado rock/blues da original possui.
McKay: Haha, foi mais uma produção durante a quarentena onde todos nós contribuímos com as nossas partes separadamente, e depois juntamos tudo! A Tasty me enviou um vídeo da sua gravação, por isso, consegui uma bela vibração, e Alex e eu discutimos muito sobre a faixa no WhatsApp enquanto trabalhávamos na produção final.
Lopez: Todos nós trabalhamos à distância, então não tivemos a oportunidade de colaborar pessoalmente, mas esse dia chegará em breve, espero eu! Me diverti muito ao trocar ideias com ambos e a juntá-las para que a faixa tivesse a sensação certa.
DJ MAG BRASIL: Alex, você conquistou o suporte de diferentes e importantes DJs da cena internacional com o lançamento da sua primeira track “Together”. Como foi conquistar a atenção de grandes nomes no seu primeiro lançamento?
Gewer: Foi incrível, pois eu não esperava tanto assim. Claro, acreditava na música, mas não imaginava tudo isto. A começar pelo lançamento pela Mood Funk. E então, suporte de DJs que admiro, bem como o destaque do Beatport. Me lembro de ter conversado no inbox com KPD, que é um produtor que admiro muito. Com certeza, são acontecimentos importantes e que te impulsionam.
DJ MAG BRASIL: Com certeza a sua carreira musical está só começando e podemos esperar muito ainda! Se você pudesse citar três artistas com quem adoraria produzir algo junto, quais seriam? E porquê?
Gewer: São tantas referências e influências, mas no momento, seria David Penn ou Earth n Days, pois admiro muito a musicalidade, arranjos, timbragem e a qualidade da finalização das tracks, então seria um grande aprendizado, mas também porque me identifico e gosto muito da linha “piano blues” do David Penn.
DJ MAG BRASIL: Remixar uma música de uma banda tão icônica como The Rolling Stones é uma grande responsabilidade. Como foi a produção e a sensação de realizar essa releitura?
Gewer: Foi um tanto quanto desafiador, principalmente, pela forte personalidade do timbre e interpretação do Mick Jagger. Precisamos nos distanciar da original, tanto em termos de groove e arranjo, onde buscamos algo mais Funky; bem como nos vocais, ao optarmos por uma voz feminina.
McKay: Sim, é uma grande responsabilidade para assumir! Mas, eu adoro um desafio. ?
DJ MAG BRASIL: Na hora de produzir/cantar, quais são as suas influências?
Gewer: A busca constante pelas combinações e sonoridades, timbre e texturas e o desafio de tentar atingir o groove que me representa, isto é o que me motiva a ir para o estúdio. E uma vez dentro dele, tem-se um mundo de oportunidades. Em termos de referências, já trabalhei com diversos estilos e situações musicais ao longo da minha carreira como produtor. Entretanto, com certeza aqueles que afloram nas minhas composições e produções são o Funky, o Blues e Disco. Eu gosto de groove! Minhas principais referências são: David Penn e Crazibiza, mas gosto também da linha Purple Disco Machine (estou finalizando duas tracks mais próximas desta linha). Tenho experimentado também, cada vez mais, uma sonoridade “French House” e Nu Disco. Mas quando quero dar uma relaxada, ouço muito Curtis Mayfield, Al Green, Bill Withers, Sam Cooke, Otis Redding e Ray Charles.
McKay: Me imagino em ambientes que costumo tocar e começo a trabalhar. Do ponto de vista musical, me apaixonei primeiro pela música através de artistas como Prince, Jean Michel Jarre, Stevie Wonder e Marvin Gaye. A partir daí, entrei em Miles Davis, e quando fui para a universidade, já estava completamente obcecado por tudo sobre música e dança. Tudo o que eu faço é uma combinação de todas essas referências diferentes.
Lopez: Cresci ouvindo Gipsy Kings, Jeff Buckley e as divas do House Music dos anos 90 como as incríveis Martha Wash, Robin S, Barbara Tucker, Aretha Franklin. Dei os meus primeiros passos como bebê para “Pump Up The Jam” da Technotronic e não parei de cantar e dançar desde então! Adorei tanto a energia, o poder e a sensação daquelas vozes e aprendi com elas a habilidade de cantar e contar histórias, então procuro sempre inspiração nelas. Crescendo na Austrália, era também obcecada pela Kylie Minogue, fascinada com canções pop e como os cantores podiam fazer as pessoas sentirem-se tão inspiradas, e era exatamente isso que eu queria fazer. Comecei a cantar na escola, entrei em uma banda e essa aventura me trouxe até aqui.
DJ MAG BRASIL: Qual o seu desejo para o mundo, quando a pandemia acabar?
Gewer: Que os momentos simples da vida e as pequenas emoções continuem sendo valorizados, como estão sendo neste momento. E que isto não se perca na correria do dia-a-dia.
McKay: O mundo fará o que faz. Não sou arrogante o suficiente para desejar algo por ele! Estou apenas ansioso por poder festejar com todos os meus amigos.
Lopez: O meu desejo para o mundo é que encontremos uma forma de nos ligarmos mais uns aos outros, tocar música, sentir alegria, poluir menos o mundo, se estressar menos e dar prioridade à Mãe Natureza e à família muito mais. A minha esperança para toda a humanidade é que encontrem o que os tornam felizes, saudáveis, sintam amor e partilhem isso com aqueles que os rodeiam. Amor, paciência, aceitação, natureza e música! Viva La Musica!