A advogada de Erika de Souza Vieira Nunes, sobrinha do idoso que foi levado morto a uma agência bancária para fazer um empréstimo de R$ 17 mil, afirmou que a mulher foi agredida dentro do Presídio de Benfica.
De acordo com informações do g1, a advogada Ana Carla de Souza Corrêa esteve no velório e no enterro de Paulo Roberto Braga, realizado neste sábado (20), em uma cerimônia simples no Cemitério de Campo Grande. A família conseguiu o sepultamento gratuito, um benefício da prefeitura do Rio de Janeiro para quem alega não ter condições de arcar com os custos.
“Erika sofreu represálias dentro da prisão. Ela me relatou que assim que ela chegou a Benfica, jogaram água e comida nela”, declarou. “Pedi o seguro [isolamento], e ela está resguardada, graças a Deus”, acrescentou a representante jurídica.
Ainda segundo a defensora, Erika teve “um surto de um efeito colateral” e só percebeu que o tio morreu quando o Samu chegou e atestou o óbito. “Ela tem depressão, e acreditamos que isso aconteceu. Ela é sobrinha do Paulo, sempre conviveu com ele. Ela cuidava e ajudava no auxílio. Infelizmente, ele ficou debilitado com a última internação. Ela é cabeleireira e vivia dessa renda. Batemos na tecla de que ela precisa ser solta para cuidar da filha especial”, afirmou.
O caso
Erika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante nesta terça-feira (16), após levar o cadáver de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em uma cadeira de rodas em uma agência bancária de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os funcionários suspeitaram do comportamento da mulher e da aparência do idoso, e acionaram a polícia.
De acordo com informações de agentes que trabalham na investigação, o idoso foi levado duas vezes ao banco pela sobrinha, após receber alta hospitalar. Ele estava internado em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, na segunda-feira (15).
O laudo de exame de necropsia foi divulgado na quarta-feira (17), pelo IML. De acordo com o documento, Paulo morreu em decorrência de uma broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca, compatível com a de um homem previamente doente. Contudo, os peritos ainda aguardam os resultados dos exames toxicológicos para confirmar se fatores externos podem indicar homicídio, como alguma droga que pode ter sido ingerida pelo idoso.
O laudo não confirmou se o idoso morreu antes de chegar ao banco ou no local. No entanto, uma testemunha ouvida pela polícia que afirmou que Paulo estava vivo momentos antes de ser filmado dentro agência.
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