A ativista nova-iorquina Anna Sacks publicou um vídeo que viralizou no TikTok no fim de semana. Ela gravou uma sequência, no formato de unboxing, na qual denuncia a grife Coach por danificar e descartar produtos que estavam presos no estoque. Após a repercussão, a etiqueta de luxo anunciou, na quarta-feira (13/10), que “parará de destruir” os itens devolvidos às lojas, como parte de seu compromisso com a sustentabilidade.

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Giphy/@thetrashwalker/TikTok/Reprodução

A ativista é reconhecida na plataforma por criticar práticas de desperdício de diversas empresas. No perfil @TheTrashWalker, no Instagram e TikTok, a defensora da sustentabilidade costuma compartilhar o material em vídeos de sua autoria.

No último, Anna mostrou as peças da Coach em formato de unboxing. Na rede social, a prática é caracterizada pela experiência de abrir embalagens de produtos novos e exibi-los para os seguidores.

No post, ela revela itens que adquiriu no perfil Dumpster Diving Mama, que costuma revender produtos descartados pelas lojas, mas que estão em boas condições. De acordo com o Diet Prada, a revendedora originalmente encontrou o acessório em uma lata de lixo de um shopping de Dallas, no Texas, em 31 de agosto.

Anna Sacks é reconhecida por seu ativismo nas redes sociais

 

Produtos collab Coach
A profissional costuma gravar vídeos denunciando práticas de desperdício das grandes empresas

 

Coach x Basquiat
Na última publicação, a Coach foi abordada pela americana

 

Coach x Basquiat
Ela arrematou um lote de bolsas e sapatos da grife que foram descartados

Na publicação, Sacks denuncia a grife por danificar os produtos propositalmente. “Como você pode ver, as bolsas estão todas cortadas. É a política da Coach, é o que eles fazem com mercadorias indesejadas. Eles ordenam que um funcionário corte-as para que ninguém possa usá-las”, introduziu.

“Então, eles descartam isso como uma baixa de impostos, sob a mesma brecha fiscal, como se os produtos tivessem sido destruídos acidentalmente”, apontou. No mesmo vídeo, a influenciadora também destaca, em tom irônico, o serviço de conserto de itens da marca, que faz parte do programa contínuo de sustentabilidade da empresa.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
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@thetrashwalker#coach #donatedontdump #retailmademe #dumpsterdiving #shopping #climatechange #haul #free #eco #recycle #donate #nyc #thrift #repair #fashion #style♬ Waltz of the Flowers – The Nutcracker – Pyotr Ilyich Tchaikovsky

Após a repercussão, a Coach publicou um comunicado à imprensa para anunciar que descontinuaria essa medida imediatamente. “Estamos comprometidos com a sustentabilidade. Continuaremos a desenvolver e implementar soluções para reaproveitar, reciclar e reutilizar, com responsabilidade, produtos em excesso ou danificados.”

Nas redes sociais, a empresa reiterou que parou de destruir itens devolvidos, danificados, e que não podem ser vendidos. ​”Dedicamo-nos a maximizar a reutilização de tais produtos em nosso programa Coach (Re) Loved e em outras ações de circularidade”, garantiram. Segundo a label, essa prática representava menos de 1% das vendas globais.

Produtos collab Coach
No vídeo, a ativista acusa a Coach de danificar produtos de propósito

 

Produtos collab Coach
Após a repercussão, a grife se manifestou

 

Produtos collab Coach
Em comunicado, a label anunciou que descontinuará a prática imediatamente

 

Produtos collab Coach
E focará as questões sustentáveis da marca
Descartes luxuosos

Destruir, queimar e descartar mercadorias é algo comum na indústria da moda. Essa ação é feita por uma série de razões, que podem ir de reduzir estoques a evitar que mercadorias sejam comercializadas por um valor inferior.

Segundo Anna Sacks, os ativistas ambientais preferem que as marcas fabriquem em menor quantidade, de maneira geral. O ideal, defende, é que as empresas doem, reaproveitem ou continuem a vender seus produtos não utilizados para criar menos resíduos, explicou em entrevista à Forbes.

Em 2019, a prática de eliminar mercadorias foi proibida na França. De acordo com a mesma revista estadunidense, naquele ano, cerca de US$ 730 milhões em produtos foram retirados de circulação por varejistas que buscavam manter um estoque limitado de peças exclusivas.

Vale relembrar que, em 2018, a Burberry queimou R$ 141 milhões em peças de luxo referente às sobras de estoque das coleções passadas. Todas estavam em perfeito estado. O The New York Times revelou que a varejista sueca H&M queimaria os itens que não estavam conseguindo vender, totalizando R$ 23 bilhões.

Colaborou Sabrina Pessoa


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