A primeira edição do Rolê no Museu está promovendo feiras colaborativas no Museu de Arte de Brasília (MAB). Desde o dia 20 de agosto, o projeto tem dedicado cada fim de semana a um destes temas: artesanato, literatura, moda e gastronomia. De sexta-feira (3/9) a domingo (5/9), será a vez da moda, com presença de 10 marcas do Distrito Federal, que estarão com produtos à venda nos pilotis do museu. A curadoria das etiquetas é do jornalista e diretor criativo Fernando Lackman.
Vem saber os detalhes!
Curadoria de moda
Reconhecido na cena da moda do DF, Fernando Lackman conta à coluna que conseguiu o espaço gratuitamente para as marcas. O convite para a curadoria partiu de Aci Carvalho, produtor-executivo do evento. Lackman ouviu sugestões e pautou as escolhas pela diversidade. Por isso, há marcas de diferentes categorias e estilos. Cada uma delas carrega um DNA “genuinamente brasiliense”.
A lista de labels inclui Adentro (plus size agênero), ARARA (streetwear), Armária (camisetas), Beco Store (moda feminina), Boom Alternativa (streetwear), Calado (moda agênero), Fulanitas de Tal (calçados), Rebel55 (peças femininas eco-friendly), Santo Bataclan (streetwear) e Esmeralda Semijoias.
“Após essa crise [da Covid-19], as marcas que perseveraram precisam vender para voltarem a ser lucrativas, e não apenas serem sonhos de quem as concebeu”, defende o curador. “Criar em Brasília nunca foi muito fácil, e entendo que quanto maior consumo de produtos locais, mais opções e oportunidades aparecem.”
Na opinião de Lackman, as ocupações culturais têm potencial para levar conhecimento aos diferentes cantos de Brasília. “A moda estar presente nessa primeira edição do Rolê no Museu é um enorme presente, visto que a capital tem sido celeiro de empreendedores na área”, diz o jornalista. “Queremos que a moda vá além das redes sociais neste momento. Buscamos oferecer experiência para quem curte roupas candangas.”
Diferentes estilos
Embora não se comuniquem em estilos, as marcas participantes compartilham linguagens, segundo o curador, que buscou etiquetas locais e novas no mercado, embora algumas já sejam mais conhecidas. “Queríamos atender o maior público possível e, por isso, teremos marcas que oferecem de moda conceitual à streetwear, passeando pelo sustentável e por tendências de consumo, como o slow fashion”, acrescenta.
Uma das representantes do segmento street é a ARARA, que foca em um vestuário autoral, básico e descomplicado, transitando entre vários momentos. “O evento tem tudo a ver com a nossa proposta, uma ideia autoral pra valorizar os produtos e as marcas locais. Além de ser uma excelente oportunidade de mostrar nosso trabalho”, comenta Caio Magnun, sócio da label.
O evento será uma oportunidade para a Rebel55 mostrar as peças de perto, já que a marca não tem loja física. “A Rebel nasceu da nossa vontade de mudar o mundo e da paixão pela moda e pelo que ela é capaz de representar. Buscamos trabalhar com tecidos mais sustentáveis, com uma produção justa e bem remunerada e 10% do nosso faturamento é destinado a instituições que lutam pela preservação do nosso planeta”, contam Vini Bednarczuk e Carol Kreismann, à frente da marca, criada durante a pandemia.
“A proposta é sempre diversificar. O Rolê no Museu funciona como uma vitrine para os consumidores”, comenta Fernando Lackman. “Queremos que, ao pensar no evento, as pessoas imprimam a sensação de que sempre será possível conhecer marcas novas e ter acesso ao que há de melhor e mais moderno quando o assunto for moda local.”
Rolê no Museu
O intuito do Rolê no Museu é realizar feiras colaborativas nos pilotis do MAB até meados de setembro. Depois da moda, o próximo tema será gastronomia, entre 10 e 12 de setembro. A iniciativa integra o projeto Complexo Cultural Beira Lago, que visa a revitalização e promoção de eventos culturais tanto no Museu de Arte de Brasília como na Concha Acústica, como já vem ocorrendo.
A organização Amigos do Futuro conduz o projeto em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec/DF). Aci Carvalho explica que a ideia do Rolê no Museu é prestigiar a produção autoral brasiliense. A propósito, ele avalia que o evento conseguiu boas visitações nos dois primeiros fins de semana, focados em artesanato e literatura, respectivamente.
“Dentro do escopo que nós montamos, queríamos diversas vertentes da economia criativa que tivessem aderência com o Distrito Federal. Então, nós escolhemos artesanato, literatura, moda e gastronomia”, acrescenta. “Estamos muito otimistas com essa edição de moda. Acredito que vai ser uma das melhores, tendo em vista que Brasília é um celeiro de grandes designers, estilistas e produtores de moda.”
O evento funcionará de acordo com medidas de segurança em relação à Covid-19, como uso obrigatório de máscaras, respeito ao distanciamento social e disponibilização de álcool em gel para higiene das mãos. Aci Carvalho adianta que a intenção é consolidar o Rolê no Museu como uma marca de valorização do patrimônio cultural do DF, incluindo atividades em outros espaços em oportunidades futuras.
Museu de Arte de Brasília
O Museu de Arte de Brasília, localizado no Setor de Hotéis e Turismo Norte, estava fechado desde 2007. Reformado, foi reinaugurado no dia 21 de abril, data do aniversário de 61 anos da cidade, mas as visitações do público só começaram no dia 28 de maio. Com exceção das terças-feiras, o espaço fica aberto todos os dias, de 9h as 21h.
O projeto arquitetônico do MAB é do pernambucano Abel Carnaúba Accioly. Construído no início dos anos 1960, o prédio foi restaurante do Anexo do Brasília Palace Hotel, Clube das Forças Armadas e Casarão do Samba. Em 1985, ganhou o nome e a função atual. O acervo reúne obras de arte moderna e contemporânea.
Colaborou Hebert Madeira