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Polícia faz nova descoberta em investigação sobre corpo de idoso ocultado por filhos no RJ

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Após a descoberta do corpo de Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, em avançado estado de decomposição dentro da própria casa na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a investigação se concentra em entender a possível motivação do crime. Segundo a Polícia Civil, os filhos do idoso, Marcelo Marchese D’Ottavio e Tania Conceição Marchese D’Ottavio, presos em flagrante na última quarta-feira (21), teriam mantido o cadáver por pelo menos seis meses para continuar recebendo os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) destinados ao pai.

De acordo com o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP (Ilha do Governador) ao g1, Dario possuía dois benefícios ativos: uma aposentadoria no valor de cerca de R$ 3.500 e uma pensão por morte de um salário mínimo, totalizando mais de R$ 5 mil mensais. Como a pensão foi concedida antes da reforma da Previdência de 2019, o acúmulo integral era permitido.

“As diligências iniciais revelaram que Dario era titular de 2 benefícios previdenciários ativos junto ao INSS, uma aposentadoria e uma pensão por morte, o que reforça suspeitas sobre possível motivação financeira por parte dos indiciados”, disse o delegado.

A Polícia Civil acredita que os irmãos seguiram usando os valores mesmo após a morte do pai. A data exata do óbito ainda será determinada por laudos periciais, mas a estimativa é que ele tenha ocorrido há pelo menos seis meses. A hipótese de homicídio não foi descartada, e o caso ainda apura outras possíveis causas da morte.

“Na próxima semana teremos laudos que irão precisar a data em que o senhor Dario morreu e, em seguida, a causa da morte. Não é um processo fácil, já que o corpo foi encontrado em processo de esqueletização, que seria uma quarta fase do processo de decomposição do corpo”, explicou Santoro. Segundo relatos colhidos pela polícia, vizinhos não viam Dario desde novembro de 2023.

O cadáver foi encontrado no quarto do imóvel em que moravam, em avançado estado de decomposição. (Foto: Reprodução/g1)

A moradia no bairro do Cocotá, estava com as janelas fechadas há mais de um ano e os vidros cobertos. Segundo a polícia, panos vedavam as portas para impedir que o cheiro do corpo em decomposição fosse percebido. Testemunhas relataram que, ainda no ano passado, ouviram uma discussão entre Marcelo e o pai, durante a qual o filho exigia a senha e o cartão do banco.

Após esse episódio, a movimentação na casa passou a ser restrita. Vizinhos chegaram a acionar a Polícia Militar diversas vezes, suspeitando que Dario estivesse sendo mantido em cárcere privado, mas os agentes não conseguiram acesso à residência sem um mandado judicial.

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Na quarta-feira, após nova denúncia feita ao serviço social do município, a Polícia Civil obteve autorização para entrar no imóvel. Segundo os investigadores, os dois irmãos tentaram impedir a ação policial. Marcelo ainda agrediu um dos agentes durante a abordagem. Ambos foram detidos por ocultação de cadáver, resistência e lesão corporal. O momento da prisão foi registrado em vídeo.

Assista abaixo:

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Marcelo e Tania passaram por avaliação médica e, nesta sexta-feira (23), foram transferidos para unidades psiquiátricas: ele foi encaminhado ao Hospital Psiquiátrico Philippe Pinel, e ela, ao Hospital Municipal Pedro II. Eles aguardam audiência de custódia para que a Justiça decida se responderão ao processo em liberdade ou sob custódia.



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