A coleção Muiraquitã, assinada pelo estilista manauara Maurício Duarte, chegou ao Salão do Artesanato, em São Paulo, após passar pelas semanas de moda de Nova York, nos Estados Unidos, e Milão, na Itália. Em entrevista à coluna Ilca Maria Estevão, o artista compartilhou detalhes sobre o processo de criação das peças e o significado por trás do tema da coleção.
Vem conferir!
Coleção Muiraquitã é apresentada em São Paulo
O trabalho do estilista vem conquistando espaço e reconhecimento dentro e fora do país, consagrando-o como um dos nomes mais promissores da moda atual. Duarte une a sua visão artística à expertise de artesãs indígenas do Amazonas para criar peças únicas e autorais, utilizando elementos naturais da Região Norte do Brasil, como fibra do buriti, escamas de pirarucu e sementes de açaí.
A coleção foi apresentada nos palcos das semanas de moda de Nova York, nos Estados Unidos, e Milão, na Itália. Em território brasileiro, a primeira parada foi Manaus, cidade de origem do estilista. Dessa forma, as artesãs que fizeram parte do processo cocriativo de Muiraquitã puderam ver seu trabalho.
“Falar de Muiraquitã é falar de força, falar de proteção, falar de um lugar onde a gente entende que as manualidades trazem toda a referência do nosso trabalho, toda a força nortista”, diz Maurício em entrevista à coluna da Ilca Maria Estevão.
Para sua 4ª coleção, o artista sentiu que precisava de sorte para levar, pela 1ª vez, seu trabalho para fora do Brasil. É nesse contexto que surge o tema principal do projeto: Muiraquitã é um amuleto de sorte. Além de força e proteção, o amuleto também é de grande significado para todos os envolvidos no projeto.
Maurício também compartilhou com a coluna que precisa se sentir conectado com pessoas que saibam produzir essas manualidades, para que o trabalho seja uma junção de intuição com técnica. A apresentação das roupas no Salão do Artesanato, em São Paulo, reforça o que o designer vem trabalhando desde o início: a valorização e o reconhecimento do trabalho artesanal, com um olhar diferenciado para matérias-primas naturais.
“Há a junção do olhar e do saber fazer, e é mais ou menos isso que, não só esse espaço, como o Salão do Artesanato, tenta promover, como o que a gente consegue fazer com diferentes áreas de atuação”, comenta o estilista.
Reconhecimento e validação
Naomi Campbell, Janja, Angelina Jolie e a ministra Sônia Guajajara são alguns dos nomes que já usaram peças assinadas pelo artista. Sobre o intercâmbio cultural e a visibilidade que essas pessoas ajudam a trazer para as coleções Maurício comenta: “Essas pessoas não validam o meu trabalho, pelo contrário, elas intensificam a certeza de que esse caminho que a gente faz de construir no coletivo, é o que toca as pessoas.”
Para o projeto, o designer trabalhou de forma cocriativa com artesãs de diferentes associações: Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro – Numiã Kura (AMARN), Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (AMISM), Associação de Mulheres Indígenas da Região do Alto Rio Negro (AMIARN) e Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira (ASSAI).