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Paulo Cupertino é condenado por morte do ator Rafael Miguel, e juiz aponta fator agravante em sentença

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O empresário Paulo Cupertino foi condenado a 98 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais do jovem, João e Miriam Miguel, crime que chocou o país em 2019. A sentença foi proferida nesta sexta-feira (30) no Fórum da Barra Funda, em São Paulo, após dois dias de julgamento e a decisão unânime dos sete jurados. O juiz Antonio Carlos Pontes de Souza destacou a frieza com que os homicídios foram cometidos e o agravante de terem ocorrido na presença da filha do réu.

Durante a leitura da sentença, o magistrado também citou a fuga de Cupertino como fator agravante. O empresário permaneceu foragido por quase três anos, até ser preso em 2022. Ele não estava presente no plenário no momento em que a condenação foi anunciada. Os outros dois réus do processo, Wanderley Antunes e Eduardo Machado, acusados de auxiliá-lo durante a fuga, foram absolvidos.

O que diz a defesa

Na fase final do julgamento, a defesa de Cupertino questionou a consistência das provas apresentadas pelo Ministério Público. As advogadas Mirian Nunes Souza e Juliane Oliveira alegaram que não há testemunhas oculares e que as acusações são baseadas em suposições. “As testemunhas não viram o crime e são consideradas oculares. Elas dizem ter escutado os tiros, mas não viram nada”, afirmou Mirian. Elas também argumentaram que Cupertino fugiu por medo de linchamento midiático.

Cupertino é acusado de assassinar o ator Rafael Miguel, e seus pais. (Reprodução/Divulgação)

A defesa também criticou a ausência de um exame de corpo de delito imediatamente após o crime e disse que a imagem de câmeras de segurança utilizada na investigação não é conclusiva. As advogadas ainda apresentaram cartas escritas por familiares de Cupertino, uma delas de uma sobrinha que o descreveu como “amável” e que “amava pessoas, animais e a natureza”.

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Ministério Público se manifesta

O Ministério Público, representado pelos promotores Thiago Marin e Rogério Leão Zagallo, rebateu as alegações. Segundo os promotores, Cupertino matou Rafael e os pais do jovem com 13 tiros por não aceitar o namoro da filha com o ator. “Por que uma testemunha precisaria fugir, buscar documentos falsos e contratar um advogado criminalista se não é culpado?”, questionou Zagallo.

Durante o interrogatório, Cupertino negou o crime. “Impossível eu ter cometido esse crime. Não tinha motivo, nunca existiu crime premeditado. Nunca na minha vida tive conhecimento do Rafael, João e Miriam. Como posso ter cometido o crime se nunca tive acesso a eles”, afirmou. Ele disse que viu os três corpos na rua, alegando ter visto “vagabundos” fugindo e que não os denunciou à polícia por medo. Cupertino também declarou que não fugiu e que estava trabalhando.

 

Isabel Tibcherani e Rafael Miguel eram namorados até o pai dela assassinar o ator. (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Isabel Tibcherani e Rafael Miguel eram namorados. (Foto: Reprodução/Redes sociais)
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Já o advogado da família das vítimas, Fernando Viggiano, avaliou a decisão como correta: “A tese de defesa de negativa de autoria foi rechaçada pelos jurados. Imaginávamos que ele tomaria qualquer outro caminho, dada a robustez das provas constantes dos autos. O cuidado que tivemos foi primordial para que não houvesse nenhuma nulidade. A todo momento havia questões referentes a nulidade processual, não efetivamente à tese, porque sabíamos que havia provas robustas para a condenação”.

Rafael ficou conhecido, ainda criança, quando estrelou um popular comercial no qual fazia birra ao pedir brócolis para a mãe no supermercado. Anos depois, deu vida ao personagem Paçoca, no último remake de “Chiquititas“, no SBT. Na TV Globo, chegou a atuar em “Pé na Jaca”, como o Percival, em 2007. Clique aqui para relembrar o caso.



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