O desaparecimento dos meninos Lucas Matheus, 9 anos, Alexandre Silva, 11 anos, e Fernando Henrique, 12 anos, de Belford Roxo, ganhou um novo desdobramento nesta semana, após um homem revelar onde os corpos das crianças teriam sido ocultados. Já nesta sexta-feira (30), a Polícia Civil encontrou uma ossada no local.

Com a denúncia feita na última quarta-feira (28), a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) deu início às buscas na região do Ponto do Ferro 38, próxima de uma ponte na qual passa um rio que corta o município da Baixada Fluminense. Lá,  os agentes encontraram um saco preto com ossos, que se assemelham a costelas, de acordo com o G1. Além da ossada, fios de cabelo também foram descobertos e serão analisados pela perícia.

A polícia fez buscas na região de Belford Roxo em que os corpos dos três meninos desaparecidos teriam sido desovados. (Foto: Reprodução/TV Globo)

“Esses ossos vão para a antropologia do IML [Instituto Médico Legal] para saber primeiro se o osso é humano. Confirmado, eles conseguem identificar se é masculino ou não e a faixa de idade. Após essa etapa, será coletado um fragmento do osso e encaminhado para o IPPGF [Instituto de Pesquisas Perícias Genética Forense] para fazer um teste de DNA e ver se é compatível com o padrão dos familiares”, disse a perita criminal Denise Rivera, em entrevista ao UOL.

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A análise do material pela perícia deve demorar pelo menos sete dias. Mas, segundo fontes da Polícia Técnico-Científica, ainda há a possibilidade de que os ossos sejam de algum animal. A hipótese não foi descartada devido ao avançado estado de decomposição dos achados. As buscas ocorreram por volta das 10h e 12h15 de hoje e não contaram com a presença dos familiares. Inclusive, Silva Regina, avó de dois dos três meninos, disse ao jonal O Globo que não acredita que os garotos estejam mortos, e que essa última versão do caso seria apenas para “despistar”.

Entenda o caso

Lucas Matheus da Silva, Alexandre da Silva, e Fernando Henrique Ribeiro Soares, foram vistos pela última vez em 27 de dezembro de 2020, próximos à comunidade em que viviam, na cidade de Belford Roxo. Desde o início do caso, as famílias dos garotos reclamam do descaso da polícia, visto que só puderam registrar o desaparecimento após 24 horas, por mais que o Estatuto da Criança e do Adolescente preveja buscas imediatas.

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Enquanto isso, nestes sete meses, ainda não se sabe o paradeiro do trio. As investigações também não tiveram muitos avanços significativos. O delegado Uriel Alcântara Machado, responsável pelo caso, já assumiu a dificuldade que é investigar o sumiço dos garotos, pelo fato de que eles moravam em uma região controlada pelo tráfico – o que complica as entradas na comunidade. Para a polícia, a principal teoria seria de que o desaparecimento estaria ligado com o tráfico local.

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Lucas Matheus, Alexandre e Fernando Henrique foram vistos pela última vez em dezembro de 2020. (Foto: Reprodução)

Já no dia 28 de julho, um homem acusou o próprio irmão de ter participado da ocultação dos corpos dos três meninos. Ele se apresentou ao 39º Batalhão da Polícia Militar e revelou detalhes do que teria acontecido. Segundo o denunciante, as crianças teriam sido espancadas e mortas. Na sequência, o acusado teria ajudado a “desovar” os corpos. Eles teriam sido levados de carro para a Estrada Manoel de Sá, na localidade conhecida como Ponto do Ferro 38, e deixados próximos de uma ponte que passa sobre um rio.

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O motivo para os assassinatos teria sido o roubo de uma gaiola de passarinhos – hipótese que já é investigada pela polícia. Ainda segundo o denunciante, o mandante do crime teria sido José Carlos dos Prazeres Silva, um traficante conhecido como “Piranha”. Além de ser suspeito no caso, ele também já foi denunciado e é procurado pela polícia por ordenar uma sessão de tortura contra um homem inocente, apontado erroneamente como autor do crime com os três meninos. Outras nove pessoas também foram denunciados pelo caso da tortura.

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Os corpos dos três meninos teriam sido ocultados próximo a uma ponte da cidade. (Foto: Reprodução/TV Globo)

A Polícia Militar compareceu no endereço indicado pelo denunciante e encontrou o suspeito de participar da ocultação dos corpos, que foi levado para a DHBF. O acusado foi ouvido pela Polícia Civil e negou todas as acusações. Para ele, o relato e a denúncia teriam sido motivados por conta de uma rixa com seu irmão. Segundo o G1, ambos possuem passagem na polícia por tráfico de drogas.

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