19.5 C
Nova Iorque

Kevin Costner é processado por dublê após cena de estupro em “Horizon 2”; ator se pronuncia

Published:

Kevin Costner foi processado por assédio sexual por uma dublê do filme “Horizon 2”, segundo a revista People. Devyn LaBella abriu o processo nesta terça-feira (27), afirmando que foi “forçada a realizar uma cena de estupro improvisada e sem os devidos protocolos”. Ela foi a dublê principal de Ella Hunt, que interpretou Juliette na duologia.

Na queixa, apresentada ao Tribunal Superior da Califórnia, LaBella informou que a sequência foi dirigida por Costner e a classificou como “violenta”. A dublê também denunciou as produtoras do filme, e está processando ambas por um valor não revelado.

A profissional foi contratada por meio de um acordo com o SAG (Screen Actors Guild) para substituir Ella “durante cenas físicas”. O documento, por sua vez, não permite “nenhum pedido de última hora para [cenas de] nudez ou simulação de sexo”. Logo, os produtores devem avisar com 48 horas de antecedência e obter a permissão do ator antes de filmar tais sequências, além de exigir a presença constante de um coordenador de intimidade.

No processo, LaBella disse que substituiu Hunt pela primeira vez em uma cena que retratava uma agressão sexual entre Juliette e Sig, interpretado por Douglas Smith. Ela explicou que foi informada previamente sobre o take e que o filmou “sem nenhum problema” no dia 1º de maio de 2023.

Devyn LaBella foi a dublê principal de Hunt, que interpretou Juliette na duologia (Foto: Reprodução/Instagram)
Continua depois da Publicidade

Contudo, a denúncia trata-se de uma sequência gravada no dia seguinte. Conforme a dublê, ela estava no set para uma “cena não íntima”, mas Costner teria adicionado ao roteiro uma cena de estupro inesperada, em que o ator Roger Ivens deveria “subir na Sra. Hunt, levantando violentamente sua saia”.

LaBella apontou que este take não estava na sua lista de convocação do dia e que Hunt havia saído do set, supostamente se recusando a fazer a gravação. Costner, então, teria pedido que ela “substituísse” a atriz, “sem aviso, consentimento, preparação ou medidas de salvaguarda adequadas”.

O processo destacou que a profissional “nunca deu consentimento para esta cena e que era um set aberto”, o que significa que “qualquer pessoa podia entrar e observar a cena sendo filmada”. Devyn pontuou, ainda, que não sabia quando a sequência começava ou terminava, pois Costner não anunciou “ação” ou “corte”. Além disso, segundo ela, não havia coordenadores de cenas de ação ou de intimidade presentes.

Continua depois da Publicidade

De acordo com os documentos, a dublê entrou em “colapso emocional e encarou lembranças de vergonha, humilhação e completa falta de controle” após a filmagem. Ela tirou alguns dias de folga do set e depois retornou para o ambiente “constrangedor”. A mulher também teria sido instruída a ficar sozinha em seu trailer e não estar no local das gravações.

Em uma declaração à People, a dublê se pronunciou sobre o ocorrido. “Naquele dia, fiquei exposta, desprotegida e profundamente traída por um sistema que prometia segurança e profissionalismo. O que aconteceu comigo abalou minha confiança e mudou para sempre a forma como me desenvolvo nesta indústria”, desabafou.

Ella Hunt em cena de “Horizon” (Foto: Reprodução/Warner Bros.)
Continua depois da Publicidade

“À medida que continuo atuando e iniciando minha jornada de coordenação de dublês, opero com um firme compromisso de manter os mais altos padrões, criando cenários onde segurança, comunicação e consentimento são inegociáveis. Essa experiência acendeu em mim a missão de ser a defensora de que eu precisava, garantindo que ninguém mais fique tão vulnerável quanto eu”, afirmou.

A advogada da dublê, Kate McFarlane, também se manifestou. “Este caso é um exemplo claro de produção cinematográfica machista e dominada por homens em Hollywood. Nossa cliente foi submetida à conduta sexual brutal, completamente desprotegida dos danos óbvios. Isso aconteceu apesar da existência de padrões de conduta e comportamento especificamente elaborados para proteger pessoas como Devyn LaBella”, argumentou.

Continua depois da Publicidade

Ator se pronuncia

Kevin Costner negou veementemente as acusações por meio de seu advogado, Marty Singer. À People, ele disse que o astro de Hollywood “sempre quer ter certeza de que todos se sintam confortáveis ​​trabalhando em seus filmes e leva a segurança no set muito a sério”.

Singer chamou LaBella de “acusadora em série” e afirmou que as alegações feitas “não têm absolutamente nenhum mérito” e que ela usa “táticas de extorsão”. Ele também falou que “ela aprovou a cena em questão após ensaiar com outro ator, dando um joinha”.

O advogado, que representa todas as produtoras listadas como rés no caso, acrescentou que a profissional estava “de bom humor” na noite em que a sequência foi filmada e enviou uma mensagem de texto ao coordenador de dublês expressando gratidão pela oportunidade. Na suposta conversa, LaBella teria adicionado os emojis de uma estrela e um coração na mão. “Os fatos são claros e estamos extremamente confiantes de que Kevin prevalecerá”, concluiu Singer.



Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques



Veja mais em HugoGloss

Related articles

Recent articles