A Justiça de Minas Gerais tomou uma decisão sobre o caso da stalker de um médico de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. Kawara Welch Ramos de Medeiros foi condenada a 10 anos, 7 meses e dois dias de prisão por passar anos perseguindo o profissional, chegando a enviar 1.300 mensagens e fazer 500 ligações em um dia. A decisão ainda cabe recurso.
A artista plástica foi condenada por crimes de perseguição contra o médico, a esposa dele e o filho do casal. Além disso, ela também vai responder pelo roubo das chaves de um carro e do celular da mulher da vítima com uso de violência, e por desobedecer decisão judicial de medidas protetivas. A pena de roubo foi a maior que ela pegou, com condenação de 6 anos e 8 meses.
A avó de Kawara, Dalva Ramos, também teve a mesma condenação por roubo. À Justiça, ela negou que tenha cometido o crime e que agrediu a esposa do médico. No entanto, Dalva admitiu que pegou o celular por achar que era o seu. De acordo com o processo, a perseguição aconteceu de 2020 a 2023. Neste tempo, a esposa do médico chegou a desenvolver síndrome do pânico e insônia.
O documento apontou que a artista plástica usava recursos tecnológicos para monitorar as vítimas, vigiava o médico, a companheira dele e o filho do casal. Ela, inclusive, fez montagem da mulher do profissional com outros homens. Kaware estava presa desde o início de maio e a Justiça decidiu manter a prisão domiciliar.
A decisão magistrado André Luiz Oliveira foi tomada por entender que não houve nenhum fato novo que justificasse a mudança de regime da condenada. Já Dalva responderá ao processo em liberdade. As duas ainda terão que pagar R$ 33.500 de indenização ao médico e família por danos morais e materiais.
A prática de “stalking” se tornou crime em 2021, quanto foi incluída no Código Penal. Ela configura perseguição por meio de mensagens, ligações, comentários invasivos nas redes sociais e até perfis falsos usados para acompanhar o alvo da obsessão, bem como seus amigos e familiares. Além disso, inclui também situações em que o perseguido nota o perseguidor no mesmo local que ele frequentemente, forçando-o a mudar sua rotina.
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