Uma jovem australiana de 26 anos herdou uma enorme fortuna de US$ 12 milhões (cerca de R$ 62 milhões), mas está impedida de colocar a mão no dinheiro. Isso porque ela está descumprindo duas regras do testamento do pai: arrumar um emprego e ajudar a sociedade de alguma forma.

Mas a garota, chamada Clare Brown, diz que o pedido de seu pai é ilusório. Ela está agora contestando a vontade de seu pai no tribunal em uma briga com o restante da família. “Dê-me o que é meu por direito. Estou sofrendo”, exigiu ela em entrevista ao “A Current Affair”, um programa australiano, na terça-feira (21).

“Vocês podem, por favor, parar com todo o negócio de ‘eu conseguir um emprego”, disse Clare. “Eu estou quebrada e não posso fazer nada a respeito disso”, continuou. Atualmente, Clare vive com a esposa e a filha de um ano nos subúrbios de Sydney, na Austrália. A família recebe um auxílio do governo para sobreviver. Trata-se de uma realidade bem diferente de quando ela era mais nova, já que, uma vez, morou em um apartamento avaliado em US$ 5 milhões (cerca de R$ 20 milhões).

Clare Brown é casada com Lauren Barr. (Foto: Reprodução/Instagram)

O pai, Christopher Hyland, proporcionava uma vida bem abastada para ela, que frequentou uma das escolas mais prestigiadas da cidade. Nos últimos anos, a jovem estava recebendo uma mesada de US$ 500 (cerca de R$ 2,6 mil) por semana dele, além da ajuda oferecida pelo país. Mas Clare disse que foi forçada a entrar em contato com o governo porque seu pai “continuava cortando as verbas”. Ela ainda alegou ter sido “abusada financeiramente”.

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Christopher
Christopher Hyland morreu em janeiro deste ano. (Foto: Reprodução/A Current Affair)

Quando Christopher morreu em janeiro, Clare herdou os milhões que o pai ganhou no mercado de ações, só que com as duas condições: trabalhar e contribuir com algo para a sociedade. A principal razão pela qual ela não consegue cumprir com o pedido do pai, segundo a jovem, é devido a sérios problemas de saúde mental, incluindo Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH).

“Eu entendo por que essas pessoas querem que eu seja um membro funcional da sociedade, no entanto, você tem que olhar para o meu diagnóstico e perceber que isso não vai acontecer”, disse ela. Clare também foi diagnosticada com autismo de grau elevado. A esposa Lauren explicou que a jovem luta para completar as tarefas diárias. “Ela não tem uma função executiva na cabeça”, disse Lauren.

“Não vou aprender a dirigir (por exemplo) porque tenho TDAH. Tenho a atenção de um mosquito”, pontuou Clare. “Nossos gatos não seriam alimentados, eles passariam fome porque ela não se lembraria de que eles precisam comer”, exemplificou Lauren. O casal conta que a herdeira tem que seguir uma lista escrita do que fazer no dia. Contudo, a família de Clare alega que as condições seriam uma desculpa.

“Em vez de concordar com os desejos de seu falecido pai, ela foi contra sua confiança”, disse o primo de Clare, Jimmy. “Estamos no limite. Não fizemos nada além de amar Clare”, alegou ele. O irmão gêmeo de Jimmy é quem mora na antiga propriedade do falecido Christopher. Eles fizeram um acordo anos atrás, de que o jovem realizaria algumas reformas para o senhor e poderia viver de graça lá.

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O primo de Clare, Jimmy, briga com ela na justiça. (Foto: Reprodução/A Current Affair)

A herdeira trabalhou para a ONG Autism Australia e tentou ser barista em outro local, mas durou menos de meia hora no emprego. A jovem é associada ao “National Disability Insurance Scheme”, um programa do governo australiano que dá suporte para pessoas com deficiência. Segundo ela, o projeto teve cortes no orçamento e, com isso, diminuiu o apoio para que esse grupo conseguisse trabalhos adequados. “Só quero o que é meu por direito. Meu pai estaria envergonhado de ver o jeito que eles estão me tratando”, desabafou ela. Assista à reportagem do canal:

Ruth Barr, sogra de Clare, disse ao Daily Mail que sua nora não pode trabalhar porque “ela odeia multidões, não consegue se concentrar e as pessoas a odeiam porque ela é gay”.



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