Um encontro de quadrilhas juninas terminou em tragédia no Rio de Janeiro, na noite nesta sexta-feira (6). Um jovem de 24 anos morreu e cinco pessoas ficaram feridas após o tiroteio que aconteceu durante uma ação policial na festa. De acordo com o g1, Herus Guimarães Mendes trabalhava como office boy em uma imobiliária e levou dois tiros.
Apesar de ter sido socorrida e levada para o Hospital Glória D’Or, também na Zona Sul, a vítima não resistiu aos ferimentos. A administração da unidade informou que o paciente deu entrada na emergência na madrugada deste sábado (7), em estado grave, e morreu depois de “exaustivas manobras de ressurreição”.
O pai de Herus, Fernando Guimarães, pediu explicações sobre a ação policial durante a festa. “A gente só quer que alguém nos procure e diga quem autorizou aquilo. Secretário de Segurança, chefe do Bope, que alguém nos procure e explique. Quem autorizou?”, desabadou ele. A vítima deixa um filho de 2 anos.
“Todo mundo feliz, um monte de criança pequena, bebê recém-nascido de colo e, do nada, a polícia chegou, teve uma troca de tiros e eu estou aqui, infelizmente, para dar a notícia que meu filho não sobreviveu (…) A família está arrasada, é o meu único filho”, acrescentou Fernando em entrevista ao “RJ1” da TV Globo.
Nas redes sociais foram publicados vídeos do momento em que o tiroteio aconteceu. Uma apresentação da quadrilha acontecia com moradores da comunidade. Dezenas de crianças participavam na festa. Os moradores tentaram se abrigar e é possível ver pessoas se abaixando, crianças correndo, além de ouvir os gritos de desespero.
Os moradores informaram que a festa foi organizada por pessoas da comunidade, e reunia crianças, famílias e visitantes de outros locais. Cassiano da Silva, presidente da associação de moradores de Santo Amaro, falou ao g1 que a atuação do Bope na comunidade foi “covardia”. Ele ainda lembrou que os disparos começaram quando a quadrilha do Santo Amaro iria se apresentar.
Jovem morre baleado durante ação da PM em festa junina no Morro do Santo Amaro parte 1 pic.twitter.com/oDzcYzMZz7
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“As quadrilhas de São Gonçalo, da Providência e do Leme já havia se apresentado. Quando a nossa iria se apresentar, o Bope entrou. Foi uma tamanha covardia do estado. Era a estreia na nossa quadrilha. Em seguida, começamos a ver pessoas pisoteadas, crianças chorando, jovens sem saber o que fazer, pessoas de fora baleadas”, relatou.
“Um jovem que fez parte da nossa quadrilha, trabalhador, filho de uma moça que fez parte do nosso grupo, sobrinho de integrantes no nosso grupo, vir a óbito numa covardia de policiais do Bope. Estamos sem acreditar. É um absurdo, uma tragédia que a gente não esperava acontecer. Muitas pessoas vêm para cá pelo clima bom. A nossa festa acontece desde o final da década de 80 e fazemos essa cultura para animar a nossa comunidade”, disse ele.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que cinco pessoas feridas por arma de fogo deram entrada na unidade. Entre elas, quatro têm quadro estável, enquanto uma ainda está em estado grave. Uma das vítimas é um adolescente de 16 anos, membro da quadrilha Balão Dourado, de São Gonçalo, na Região Metropolita.
Uma fonte da Secretaria de Segurança Publica contou ao g1 que os agentes do 2º BPM (Botafogo) estiveram na comunidade na tarde da sexta-feira (6) “em uma operação para retiradas de portões que eram usados como barricadas”. Na madrugada, os agentes teriam recebido a informação de que bandidos de outras regiões do RJ estavam no local e foram até lá para verificar. Em seguida, houve um confronto.
A Coordenação do do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do RJ (MPRJ) afirmou que a ação da Polícia Militar do Rio foi comunicada previamente. No entanto, o MPRJ não informou a justificativa para a ação ter acontecido durante a madrugada.
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