O falecimento do apresentador Jô Soares, na sexta-feira (5), gerou forte comoção ao redor do país. Muitos fãs e personalidades manifestaram o carinho pelo humorista. No sábado (6), em entrevista à jornalista Renata Lo Prete, o amigo e biógrafo de Jô, Matinas Suzuki Jr, contou detalhes dos últimos momentos do “gordo”. Ao podcast “O Assunto”, o co-autor do livro de memórias revelou uma frase emocionante dita pelo artista.

Ele pediu para colocar como epígrafe, no primeiro volume do nosso livro, uma frase do ator inglês Edmund Gwenn. Quando estava no leito de morte, disse o seguinte: ‘Morrer é fácil. Duro é fazer comédia’. Uma das últimas coisas que ele falou foi repetir essa frase, que é muito reveladora do que é o Jô: ‘Viver não é tão importante. O importante é a comédia’. O Jô tinha uma vida maior que a vida”, afirmou Matinas.

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Na entrevista à Lo Prete, o jornalista e diretor de operações da Companhia das Letras relembrou casos curiosos da carreira de Jô Soares, construída ao longo de mais de seis décadas. “A ausência do Jô da cena pública hoje é reveladora de um país que perdeu graça, charme e humanidade”, destacou Suzuki. 

“Morrer é fácil. Duro é fazer comédia”, disse Jô Soares pouco antes de falecer. Foto: Globo/Rogério Lorenzoni

Jô faleceu aos 84 anos, como um célebre apresentador e humorista, considerado pioneiro do gênero talk-show na televisão brasileira. Ele também deixou um legado como um homem do teatro, tradutor, escritor de sucesso e artista plástico. O jornalista e amigo do apresentador o descreveu como um eterno curioso: “Quando ele se interessava por um assunto, virava professor“. O autor da biografia de Soares também relembrou que, das muitas aptidões do artista, talvez a maior delas era “ser humorista em tempo integral“.

Ouça o podcast completo:

Na última entrevista da carreira, concedida em março de 2020, ao programa “Provoca”, da TV Cultura, Jô Soares alegou que estava muito tranquilo em relação à própria morte. “Eu não tenho medo da morte. Eu tenho medo… Sempre tive, aliás, de ficar improdutivo. Agora, de morrer? Já vivi 82 anos. Só espero morrer assim: ‘Pá’. Acabou, gastou, apagou o gaslight“, disse ao apresentador Marcelo Tas.

A biografia “O livro de Jô – Uma autobiografia desautorizada”, composta por dois volumes, foi lançada entre 2017 e 2018, pela Companhia das Letras.



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