Adalberto Amarilio dos Santos Junior, empresário de 35 anos encontrado sem vida em um buraco dentro do Autódromo de Interlagos, pode ter morrido por compressão torácica seguida de asfixia. A informação foi divulgada por Ricardo Lopes Ortega, diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, em entrevista à TV Globo.
Segundo Ortega, o corpo de Adalberto apresentava apenas escoriações superficiais. A vítima foi localizada em uma escavação de cerca de três metros de profundidade e 80 centímetros de diâmetro, em uma área em obras da prefeitura, fora da pista do autódromo. O empresário estava desaparecido desde a noite de sexta-feira, 30 de maio, após participar de um evento de motociclismo no local.
“Ele foi encontrado dentro de uma escavação de engenharia, uma profundidade de três metros por um diâmetro de aproximadamente 80 centímetros. Foram empregadas todas as tecnologias que temos. Foi usado drone, scanner 3D, que é um processo que a gente imortaliza tridimensionalmente a cena de um crime”, explicou o diretor.
Embora a análise preliminar indique a possibilidade de compressão torácica como causa da morte, a investigação ainda aguarda confirmação oficial. Giovanni Chiarelo, diretor técnico divisionário do Centro de Perícias do Instituto Médico Legal (IML), explicou: “Foram realizados exames de imagem e de raio-x para verificar se existia algum tipo de fratura. A partir disso, a gente iniciou o exame necroscópico, mas até o momento não encontramos nada que pudesse dar causa à morte do Adalberto”.
O IML aguarda os resultados de exames toxicológicos, anatomopatológicos e subungueais (que analisam resíduos de pele, sangue e detritos sob as unhas) para determinar se as lesões foram causadas antes ou após a morte. Há ainda a hipótese de que as marcas no corpo possam indicar uma possível luta corporal, mas nada foi confirmado até agora. Não há prazo definido para a conclusão dos laudos.
Adalberto foi visto com vida pela última vez caminhando em direção ao estacionamento do autódromo, segundo relato de um amigo à polícia. As autoridades analisam imagens de câmeras de segurança para tentar reconstituir os últimos passos do empresário antes do desaparecimento e seguem colhendo depoimentos de testemunhas e familiares.
O corpo foi encontrado na terça-feira (3), cerca de 36 horas após a provável morte — o que indica que Adalberto pode ter falecido entre a noite de sexta (30) e o domingo (1º). Ele foi localizado sem parte das roupas e ainda usava capacete, mas sem sinais aparentes de agressão. A posição do corpo e a ausência de marcas nas paredes da escavação sugerem que ele pode ter sido jogado ali já sem vida.
A Polícia Civil trata o caso como “morte suspeita” e ainda não determinou se houve crime ou acidente. Uma das linhas de investigação considera a possibilidade de homicídio, mas ainda não se sabe se houve envolvimento de terceiros.
Relembre o caso
Nesta terça-feira (3), o corpo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, de 35 anos, foi encontrado em um buraco dentro de uma área em obras no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. A vítima estava desaparecida desde a sexta-feira (30), quando participou de um festival voltado a motociclistas no local. A Polícia Civil investiga o caso como morte suspeita.
O buraco onde o corpo foi localizado fica em uma região próxima ao portão 9 do autódromo, entre a pista e o kartódromo. Segundo a Polícia Militar ao jornal O Globo, trata-se de uma estrutura com cerca de 2,5 metros de profundidade e apenas 50 centímetros de largura. Um funcionário da obra teria visto o corpo, que usava um capacete de motociclista — o mesmo que Adalberto havia levado ao evento. A vítima estava sem calça e sem tênis, mas não havia sinais evidentes de agressão, conforme avaliação inicial da polícia.
A confirmação da identidade foi feita ainda na terça, embora familiares já tivessem reconhecido o corpo antes mesmo do laudo oficial. Desde o fim da tarde de sexta-feira, Adalberto não mantinha contato com a família. A última mensagem trocada com a esposa, Fernanda Dândalo, farmacêutica de 34 anos, foi registrada às 19h40.
Preocupada com a demora, ela acionou um amigo do marido, Rafael, também presente no festival. Ele contou que Adalberto se despediu afirmando que daria a volta no autódromo para buscar o carro que havia deixado no estacionamento do kartódromo. Saiba detalhes clicando aqui.
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