Cleuza Maria de Jesus Dias, de 75 anos, morreu na terça-feira (27), após mais de um mês internada em estado grave. Ela foi uma das três pessoas da mesma família que passaram mal em abril, após consumir uma torta de frango comprada em uma padaria de Belo Horizonte, Minas Gerais. A causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente.
O caso teve início em 22 de abril, quando Cleuza, a sobrinha Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, e o namorado da jovem, José Vitor Carrilho Reis, de 24, apresentaram sintomas graves após ingerirem uma torta e uma empada da Padaria Natália, localizada no bairro Serrano, região da Pampulha. O casal foi hospitalizado em Sete Lagoas, onde vive, enquanto a idosa foi levada a uma UTI em Belo Horizonte.
Com sinais compatíveis com neurointoxicação, os três foram tratados preventivamente com soro antitoxina botulínica. Amostras dos alimentos e dos pacientes foram enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, referência nacional para investigação de botulismo. Em 20 de maio, no entanto, os exames descartaram a presença da toxina botulínica.
Segundo o jornal O Globo, apesar do resultado negativo, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais solicitou exames complementares para identificar outras substâncias tóxicas. A padaria foi interditada em 23 de abril pela Vigilância Sanitária, que apontou ausência de alvará sanitário, falta de cadastro ativo e problemas de higiene e estrutura no local.
O dono do estabelecimento afirmou que possui alvará, mas admitiu não ter certificado do Corpo de Bombeiros. Em entrevista à TV Globo, ele culpou o padeiro freelancer por uma possível tentativa de envenenamento, alegando que a torta teria sido preparada para a família do próprio funcionário, mas vendida por engano. O padeiro negou a acusação, afirmou ter “a consciência limpa” e disse acreditar em contaminação cruzada, devido às más condições do freezer da padaria.
O padeiro relatou que carnes cruas, sobras e outros alimentos eram armazenados juntos em um freezer com gelo acumulado, que raramente era higienizado. “No frango e no recheio não tem nada. Se tiver alguma coisa, vai ser a própria contaminação do alimento com outros alimentos”, afirmou à Band Minas. Um pedaço da torta levado por ele para casa foi entregue à perícia.
A Polícia Civil mantém o inquérito aberto e apura se houve falha sanitária, intoxicação acidental ou contaminação intencional. A padaria segue interditada. Fernanda e José Vitor continuam internados, e novas atualizações serão divulgadas quando os exames laboratoriais forem concluídos.
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