O companheiro de Sueli Leal Barbosa, que morreu ao pular de um apartamento em chamas em Milão, foi preso nesta quinta-feira (5) sob a acusação de ter provocado o incêndio. Michael Pereira, de 45 anos, tentou justificar o fogo com um possível defeito na caldeira de aquecimento de água, alimentada a gás, e ao hábito da brasileira de acender velas perfumadas.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Pereira deixou o imóvel depois de causar o fogo, que se alastrou devido ao uso de substâncias inflamáveis, identificadas em ao menos dois pontos da residência. A porta principal foi encontrada fechada, o que teria deixado a vítima presa no apartamento em chamas, conforme o Ministério Público.
Pereira negou os crimes. Além das justificativas, ele também disse ter jogado um cigarro sobre o tapete. Contudo, admitiu ter discutido com Sueli naquela noite.
“Eu e Sueli discutimos. Ela estava brava comigo porque queria que eu fosse deitar com ela em vez de beber. Fiquei nervoso, fumei um cigarro e, antes de sair, joguei-o no carpete em frente ao sofá. Ela era louca por limpeza, eu só queria irritá-la, não achei que fosse causar um incêndio. Devo dizer que ela limpou o carpete e o sofá com álcool e amônia“, relatou.
Ainda de acordo com os promotores, Pereira “não demonstrou nenhum tipo de dor ou arrependimento” e se contradisse nas versões que apresentou, com “diversas mentiras”. Câmeras registraram sua saída do condomínio pouco antes do incêndio.
Ele foi localizado pela polícia em um bar nas redondezas do prédio onde morava Sueli e foi levado para a delegacia. Segundo relatos, Pereira estava em estado alterado e foi preso logo após o depoimento.
Sueli morreu na madrugada de quinta(5), após pular da janela do apartamento em chamas, aparentemente na tentativa de se salvar do fogo. O imóvel ficava localizado no número 64 da Viale Abruzzi. O incêndio teve início por volta da 1h (20h no horário de Brasília) quando vizinhos acordaram ao ouvir gritos de socorro. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Sueli era mãe de uma criança de 10 anos, que não estava no apartamento no momento do incêndio. A brasileira morava em Milão havia cerca de 20 anos e trabalhava como enfermeira no Instituto Nacional do Câncer. Edjane Pionorio, amiga da vítima, também revelou que Pereira mora na Itália há cerca de 5 anos, e fazia serviços como pintor e pedreiro.
“Não sei muita coisa dele, ele era estranho. Quando eu e ela conversávamos, ríamos, ele parecia incomodado. Ele era muito ciumento“, disse Pionorio. O último encontro entre as duas ocorreu na semana passada. “Marcamos de comer uma pizza e ela chegou com o filho e o Michael. Para mim, foi uma surpresa, porque ela tinha me dito que não estavam mais juntos. Eles brigavam muito, se separavam e voltaram“, completou.
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