O ex-segurança de Cristiano Ronaldo, que acompanhou o craque por quatro anos na época de Real Madrid, decidiu abrir o jogo sobre o que é, de fato, proteger o jogador. Em entrevista ao programa Tardear, da emissora espanhola Telecinco, Hichman Bukhari falou sobre os bastidores da função, detalhou o salário que recebia e comentou a relação pessoal que construiu com o português.
Segundo ele, o trabalho envolvia rotina rígida, análise minuciosa de locais e até a disposição de arriscar a própria vida, tudo isso por cerca de R$ 6,5 mil por dia, ou seja R$160 mil ao mês.
“Nosso trabalho depende do perfil do cliente. No caso do Cristiano, com quem trabalhei por quatro anos, o perfil dele não era de alto risco porque as pessoas não queriam matá-lo e ele não recebeu ameaças de morte. Ele foi ameaçado por fãs ou pessoas que queriam roubá-lo”, afirmou o profissional. Ainda assim, o planejamento era fundamental: “Temos sempre que saber para onde vamos, quem estará lá e ter pontos de entrada e saída claros, bem como pontos de contato”.
Segundo Bukhari, o que diferencia um bom segurança não é apenas a força física ou armamento, mas a capacidade de agir sob pressão. “Devemos estar sempre cientes de que nossas vidas podem estar em risco. Temos que estar dispostos a proteger uma pessoa e, às vezes, temos que dar nossas vidas para protegê-la. Se eu tiver que usar armas, eu as usarei. O mais importante é ter a capacidade de pensar rápido, resolver problemas e manter a calma em situações difíceis”, descreveu.
Apesar dos riscos, a experiência com Cristiano foi positiva. “Ele é uma grande pessoa, muito generoso, não é como as pessoas falam dele. Ele é o melhor chefe que já tive”, garantiu. “Trabalhar com ele não era como trabalhar com alguém ameaçado de morte ou sequestro. Tivemos alguns incidentes bobos com paparazzi ou fãs malucos, mas nada grave”, continuou. Atualmente, eles seguem mantendo uma boa relação pessoal.
Sobre a dinâmica da função, o ex-segurança explicou: “Quando você vai prestar serviços de proteção a alguém assim, precisa ter em mente que sua vida vai mudar e passar a estar atrelada à daquela pessoa. Para proteger a pessoa, chega um momento em que você tem que dar a vida por ela. Se for o último recurso que eu tiver, terei que usá-lo”.
Enquanto isso, Ronaldo, hoje com 40 anos, se prepara para o fim de contrato com o Al-Nassr, na Arábia Saudita, previsto para o fim de junho.
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