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Ex-namorada de Sean “Diddy” Combs expõe sessões sexuais de até 3 dias com drogas e outros homens: “Me senti nojenta”

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Nesta quinta-feira (5), uma ex-namorada de Sean “Diddy” Combs prestou depoimento no julgamento do rapper, que enfrenta acusações de tráfico sexual. No 17º dia de audiências, a mulher, que mantém sua identidade anônima, chorou ao descrever sessões sexuais de até três dias, nas quais era forçada a manter relações com acompanhantes masculinos.

De acordo com informações da Variety, a vítima namorou Combs entre janeiro de 2021 e agosto de 2024. Durante esse período, ela afirmou ter sido obrigada a participar das chamadas “noites de hotel” — encontros sexuais organizados por Diddy, alimentados por drogas e relações ininterruptas. Segundo ela, esses eventos lembravam os “freak-offs” descritos por Cassie Ventura, ex-namorada do rapper.

Em seu depoimento, a anônima contou que expressou repetidamente a Diddy que não queria manter relações com outros homens. Ainda assim, ele teria ignorado suas recusas. Em um dos episódios relatados, ela descreveu uma noite de hotel que incluiu três relações com um acompanhante ao longo de 18 horas. Após o encontro, Combs teria deixado o hotel, abandonando a parceira.

Durante o interrogatório, uma gravação de áudio feita em um quarto de hotel foi reproduzida no tribunal. Na gravação, a anômima pede para que um dos acompanhantes use preservativo, mas Combs ignora o pedido.

A testemunha afirmou que esses encontros se tornaram frequentes, acontecendo quase semanalmente ao longo dos três anos de relacionamento. Ao júri, ela relatou que estava sempre “muito chapada” por conta do ecstasy fornecido por Combs, e que se sentia “sozinha”.

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Segundo Jane, a noite de hotel mais longa teria durado mais de três dias, sem que ela pudesse dormir. A mais curta durou 12 horas, enquanto a média desses encontros era entre 24 e 30 horas.

Ela relembrou um dos episódios em que participou do encontro sem o uso de drogas. Após relações sexuais com dois acompanhantes, acabou indo ao banheiro e vomitou. Quando um terceiro homem entrou no quarto, Combs teria dito: “Você vai se sentir melhor agora que vomitou. Vamos lá”.

Em setembro de 2023, Jane tentou encerrar o relacionamento. Em uma mensagem de texto apresentada no tribunal, ela escreveu: “Eu não quero mais desempenhar esse papel na sua vida… é escuro, vulgar e me faz sentir nojenta”. Apesar disso, os dois continuaram juntos por quase mais um ano.

Os encontros sexuais organizados pelo rapper eram regados a drogas e sexo. (Foto: Departamento de Justiça dos EUA)

Início da relação

A anônima disse ter conhecido Diddy durante uma viagem com amigas a Miami, em 2020. Na época, o rapper estava envolvido com uma das amigas dela e convidou o grupo para um passeio de barco e uma visita à sua casa. Eles usavam apelidos inspirados em personagens de “Vila Sésamo” — ela o chamava de “Ernie” e ele a chamava de “Bert”.

O relacionamento amoroso começou em janeiro de 2021. Jane afirmou que o considerava “muito charmoso, apaixonado e maior que a vida”. Ela contou a ele que já havia se relacionado com um amigo dele e que tinha um filho com alguém de quem Combs não gostava.

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Aproximadamente um mês depois, ele a levou para uma viagem às Ilhas Turcas e Caicos, onde, segundo Jane, ela recebeu ecstasy dez vezes em nove dias. Nos meses seguintes, o casal se encontrava quinzenalmente e mantinha relações frequentes. Combs frequentemente lhe dava dinheiro, em alguns casos até US$ 10 mil, como demonstração de afeto.

Contudo, em maio de 2021, a relação teria mudado de rumo. Combs passou a compartilhar fantasias sexuais, incluindo o desejo de vê-la com outros homens. Em um dos episódios, após ficarem 24 horas acordados sob efeito de ecstasy e MDMA, os dois fizeram sexo por quase 15 horas enquanto assistiam à pornografia. “Ele queria muito que eu fantasiasse ou falasse sobre outros homens”, disse ela.

Diddy afirmou que poderia “tornar essa fantasia realidade”. Horas depois, o rapper a levou para um quarto de hotel preparado por seus assistentes, onde um acompanhante masculino chamado Don a aguardava. A anônima disse que, sob efeito de drogas, seguiu as instruções de Combs: vestiu lingerie e “saltos de stripper”, derramou óleo de bebê em Don e praticou sexo oral nele.

Evidências encontradas na mansão de Diddy, durante operação em 25 de março de 2024 mostram mais de 1000 unidades de óleo de bebê. (Foto: Departamento de Justiça dos EUA)

Em seguida, ela manteve relações com o acompanhante e, depois, com o próprio Diddy. Ela descreveu a experiência como “excitante” por ser “um tabu”. “Me diverti com meu parceiro”, afirmou.

No entanto, ela declarou que aquela noite “abriu uma Caixa de Pandora” na relação. “Foi uma porta que eu não consegui fechar”, lamentou. A partir daí, sexo com outros homens teria passado a compor 90% do tempo que ela passava com Combs. As “noites de hotel” se tornaram frequentes e intensas, com múltiplas rodadas de sexo e duração de até 30 horas.

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Ela afirmou ter expressado diversas vezes, por escrito e verbalmente, que não queria mais participar desses encontros com terceiros, mas Diddy teria continuado a ignorá-la.

Em 2021, a anônima se mudou para Los Angeles, e Combs teria pago US$ 10 mil mensais de aluguel para ela. Quando manifestou desconforto com as fantasias sexuais, ele teria insinuado que o relacionamento poderia acabar e que ela perderia o apoio financeiro.

A mulher afirmou que se sentia “obrigada a se apresentar para ele”. Em uma mensagem de setembro de 2023, escreveu: “Sinto que as ‘noites de hotel’ são a única razão de você me manter por perto e pagar a casa”.



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