Na noite desta sexta-feira (5), Carlos Alberto de Nóbrega usou as suas redes sociais para homenagear o seu grande amigo, Jô Soares, que faleceu na madrugada de hoje (5), aos 84 anos de idade. Em um relato longo e muito emocionado, o humorista e apresentador revelou que não conseguiu atender aos inúmeros pedidos de entrevistas, pois queria dar o seu relato uma única vez.

Visivelmente abalado e chorando muito, o comediante falou sobre a sua longa relação com Jô, que começou desde a juventude, e revelou histórias nunca antes compartilhadas com ninguém. “VIVA O GORDO”, escreveu o apresentador na legenda do vídeo. “Quero que vocês entendam uma coisa: eu fiz uma troca, eu troquei as dezenas de pedido de entrevista pelo silêncio”, iniciou Nóbrega.

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“Eu queria que o meu choro fosse só meu, porque a vida não é só o sucesso, não é só o dinheiro, é o que a gente planta, são as amizades que a gente tem. Eu chorei a morte do maior gênio que surgiu na televisão brasileira. Não conheci ninguém mais culto do que o Jô. Não conheci”, afirmou em meio a muitas lágrimas. 

Carlos Alberto relembrou momentos vividos com o célebre apresentador, quando eles ainda eram jovens. “Eu chorei o amigo, eu chorei que me lembrei de quando nós compramos um carro, e o carro do Jô pegou fogo e o meu veio quebrado. Nós tínhamos 20 e poucos anos e falei: ‘Jô, vou devolver esse carro e se ele não aceitar, eu vou dar uma surra nesse cara’. E sabe o que o Jô falou? ‘Sabe o que eu vou fazer, como eu não sei brigar, eu vou sentar em cima dele’, ele tinha 150 quilos naquela época”, recordou o humorista. 

No relato, Nóbrega remontou, também, a amizade com Soares em períodos históricos importantes para o Brasil, bem como alguns momentos e atitudes nobres da carreira de Jô. “Eu chorei pela ditadura, que não permitia que se lessem determinados livros que eles queimavam. E, várias vezes, eu estava na casa do Jô, telefonava, ‘olha, os homens estão procurando livros’, eu tinha um carro com porta-malas grande, eu colocava os livros no meu carro, que ficava na porta, e levava meu carro para o estacionamento. Dias depois, trazia os livros de volta. Chorei coisas que a televisão nunca viu. A simplicidade, o respeito que o gênio tinha por um redator que estava começando. Nós nunca disputamos uma liderança”, revelou. 

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O apresentador finalizou a homenagem a Jô explicando que a vida e o tempo os afastaram, mas que, antes disso, ele abriu as portas para “o gordo” no SBT. “Só que a vida nos separou. Na Globo, quando eu não tinha mais o lugar que eu achava que eu deveria ter nos ‘Trapalhões’, eu fui pedir para trabalhar com ele, mas não me deixaram. Eu saí e vim pro Silvio Santos. Uma das primeiras coisas que eu fiz quando assumi a direção artística foi chamar o Jô para trabalhar comigo. ‘Você teria coragem de ir trabalhar no SBT?’ Ele falou ‘o dinheiro do Silvio é igual ao do Roberto Marinho, se ele me der uma chance de fazer uma entrevista’. E eu consegui, mas nunca explorei isso. Nunca falei isso para ninguém”, finalizou.

Assista à homenagem completa:

Carlos Alberto também homenageou o amigo em uma publicação nos stories do Instagram, na qual escreveu: “Como dizia meu amigo Chico Anísio: ‘Não tenho medo de morrer e sim PENA’. Que pena, Jô, meu amigo“. O vídeo mostra os dois apresentadores em um abraço longo enquanto relatam como foi bom se reencontrarem. Assista:



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