Stockton Rush, CEO da OceanGate e líder da expedição fatal do submarino Titan, teria planejado sua própria morte no fundo do mar, e levado quatro pessoas com ele. Segundo o Daily Mail, a alegação foi feita por Karl Stanley, especialista em submersíveis e amigo de longa data de Rush, no livro recém-lançado “Submersos: Maravilha, Obsessão e Assassinato no Mundo dos Submarinos Amadores”.
“O ego de Rush era tão grande que ele estava disposto a morrer e matar para ser essencial ao personagem desta história“, disse Stanley ao autor Matthew Gavin Frank. “Ele queria ir [morrer] no naufrágio [do Titanic]. Quanto mais famoso, melhor. Ele não apenas matou quatro pessoas ricas e recebeu uma fortuna para fazer isso – todos eles fazem parte da mitologia do Titanic agora“, acrescentou.
Segundo Stanley, o mergulho em junho de 2023 foi planejado como uma viagem só de ida. Doze dias após a implosão, ele enviou uma mensagem a Matthew dizendo que Rush sabia exatamente o que aconteceria, e era algo que ele queria.
Stanley ainda afirmou que o nome Titan foi escolhido por Rush como referência direta ao fictício transatlântico da novela “Futilidade” (1898), que naufragou em circunstâncias parecidas com o Titanic. “Ele precisava conscientemente fabricar uma embarcação fútil, disfarçada com um nome titânico, como sua arma do crime“, declarou. Para ele, o Titan foi uma “ratoeira para bilionários”.
O submarino implodiu cerca de 1 hora e 45 minutos após o início da descida, matando instantaneamente Rush e os passageiros Hamish Harding, Shahzada Dawood, Suleman Dawood e Paul-Henri Nargeolet.
Stanley contou que alertou Rush sobre problemas graves na estrutura do submersível anos antes da tragédia. Em 2019, após um teste nas Bahamas, ele relatou sons semelhantes a tiros durante o mergulho, sinais de que o casco de fibra de carbono estava cedendo. Rush teria ignorado os avisos: “Valorizo sua experiência e conselhos sobre muitas coisas, mas não sobre a avaliação de cascos de pressão de fibra de carbono. Espero que você, de todas as pessoas, pense duas vezes antes de expressar opiniões sobre assuntos nos quais você não é totalmente versado“.
“O pior cenário de seguir em frente… envolve [o CEO da Triton Submarines] Patrick Lahey e alguns oligarcas russos trabalhando em torno de uma versão de bonecas russas de um local de naufrágio em um especial feito para a TV, contando sua versão de como as coisas deram errado. Espero que você veja a opção B tão inaceitável quanto eu“, teria dito Stanley.
Essa não teria sido a única acusação de negligência. Um documentário de Netflix aponta que ex-funcionários da OceanGate consideravam Rush um “psicopata” obcecado por fama e inovação a qualquer custo.
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