Depois de muito esforço e dedicação total à música, o curitibano Traffic Jam tem alcançado conquistas bastante significativas. Hoje, podemos dizer que ele possui um perfil artístico polivalente, que se encaixa nas mais diversas situações, de warmups a closing sets. 

Seu ano de 2019 teve um pouco disso. Nome por trás do projeto, Joao Pedro (assim mesmo que assina: sem til e sobrenome) encarou diferentes pistas apresentando sets consistentes em lugares como Warung, Clube Inbox, a estreia do Mauss, em Brasília, e até mesmo uma minitour pela Europa, tocando em alguns clubs de Londres e Barcelona, sempre acompanhado da boa house music com muito groove, personalidade e um repertório bastante rico.

Set de abertura para o ARTBAT, em novembro de 2019

Claro que isso não apareceu da noite para o dia. O Traffic Jam foi fundado há dez anos com Albuquerque, sob o conceito de criar um som tão revigorante que pudesse transformar até um engarrafamento num momento agradável. Pouco tempo depois, porém, se tornou uma aventura solo de Joao, mas ainda como hobby. Foi nos últimos três anos que ele entrou de fato no mercado profissional.

Nesse período, já tocou em alguns dos principais clubes e festas do Brasil, como D-EDGE, Beehive, Vibe, Levels e Colours. Também é residente da Radiola Records, famosa label curitibana que o levou, inclusive, a tocar no ADE, em B2B com Fran Bortolossi em 2017. Assim, teve uma notável evolução nas últimas temporadas, e por isso, compartilhou com a gente seus cinco aprendizados principais. Veja abaixo:

1. Paciência

É um ponto muito importante, pois o trabalho de produção é bem solitário e geralmente estamos trabalhando em algo que vai sair depois de meses, então para recebermos as “recompensas”, demora. Além disso, devemos sempre permanecer motivados, manter o foco e a perseverança — afinal, se o trabalho for bom, o reconhecimento virá.

2. Pesquisa

É uma das partes mais divertidas do trabalho, mas que também ocupa bastante tempo. Sou um DJ que toca em diferentes horários em uma noite, e por ser residente de uma label — o mesmo vale para um clube —, tem vezes que faço o warmup, toco como principal ou fico com closing sets. Assim, sempre tento me encaixar e entender o contexto: quem toca antes, depois, em que região tocarei, o que o pessoal tem mais proximidade…

O xis da questão é ter essa versatilidade, sem perder sua característica. Então para uma boa pesquisa, é sempre bom estar antenado nas plataformas de venda de música, de olho nos lançamentos, ouvir sets de diversos artistas e manter sua biblioteca musical organizada. E claro, sou também um clubber — adoro estar na pista e isso faz toda a diferença: além de escutar outros DJs, desenvolvemos mais empatia e sensibilidade em continuar entendendo o que as pessoas gostam e querem.

3. Prática e estudo

Conheça a fundo seu DAW. No meu caso, uso o Logic. O ideal é estar sempre atento às atualizações e ver muitas videoaulas. Conhecer os synths que você usa e treinar muito também é fundamental, seja a parte de teoria musical ou a parte prática dos instrumentos. Não dá pra utilizar algo que você não conhece pra valer.

4. Abrir a cabeça e se divertir

Ouvir artistas que não são do seu estilo, até mesmo longe da esfera eletrônica, é fundamental para abrir a cabeça e ter uma visão maior do mercado. Também não dá pra deixar de se divertir, seja produzindo ou tocando. Isso torna o dia a dia mais saudável e a atmosfera mais propícia a ter ótimos insights artísticos.

5. Metas

A área de criação, por ser mais subjetiva, demanda uma organização melhor. Gosto de colocar metas, como fazer “x” tracks em determinado tempo. Nem que muitas vezes você não queira lançá-las, mas a cada faixa produzida você desenvolve mais suas habilidades, e o mesmo vale para podcasts.

Cuidar do gerenciamento do tempo é fundamental. Eu consigo ficar oito horas por dia no estúdio. Após esse tempo meus ouvidos cansam muito, então tento organizá-las da forma mais eficiente.

* Marllon Gauche é colaborador da Phouse.

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